Casamento Comunitário do Tribunal de Justiça une 48 casais e transforma histórias de união em sonhos

Luiz Henrique beija a mão da, agora, esposa Natália após a celebração do casamento no plenário do antigo Tribunal do Júri – Foto: Brunno Dantas

O cenário de tantos julgamentos históricos se transformou em palco de celebração e alegria para 48 casais que disseram o tão esperado “sim”. O momento, para alguns, significou o fim de uma espera de mais de mais de 25 anos.

O plenário do antigo Tribunal do Júri, no Museu da Justiça, transformou em realidade, na manhã desta quarta-feira (28 de maio), o sonho de 96 pessoas que se uniram através do Casamento Comunitário, promovido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Há 25 anos, Maria Aparecida da Silva conheceu Reinaldo num posto de gasolina. Ela trabalhava no restaurante do local e ele fazia suas paradas como caminhoneiro.

Aparecida namorava o gerente do restaurante, mas se apaixonou por Reinaldo e saiu do restaurante para namorar Reinaldo. Foi amor à primeira vista. Agora, casados, eles escrevem uma nova etapa da vida, aos 50 anos, já com filhos e netos: a união celebrada pela Justiça e a garantia de direitos com a oficialização do casamento.

Alegria geral – Acostumados com uma rotina pesada em que muitas vezes apenas uma das partes envolvidas em audiências, processos e julgamentos, sai satisfeita, a juíza Lysia Maria da Rocha Mesquita, disse o quanto essas uniões são importantes para garantia dos direitos dos casais.

“Essa união para os casais é importante para regularizar a situação perante a sociedade. As pessoas vivem em união estável às vezes muitos anos e receiam do falecimento de um ou do outro, do recebimento de uma pensão, o que gera muita instabilidade, seja emocional ou jurídica”, disse a magistrada. Para ela, o papel do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro em promover o Casamento Comunitário é muito importante, uma vez que a Justiça se aproxima das pessoas com acolhimento.

A juíza Lysia Trindade também falou de sua alegria em celebrar essas uniões para pessoas que não têm condições financeiras para regularizar sua situação e encontram no programa da Secretaria Geral de Sustentabilidade e Responsabilidade Social (SGSUS) do TJRJ a oportunidade de concretizar o sonho do casamento. “Para mim, como juíza, é uma felicidade. Nem sempre a gente tem a oportunidade na nossa vida profissional de ver as pessoas saindo felizes. Normalmente, só vemos uma parte feliz. Nesse caso, todos saem felizes”, afirmou a juíza, que celebrou dezenas de casamentos, com um sorriso no rosto.

Ao oficializar a união de Thais Hayelen Lopes Mariano, de 27 anos, e Carolina Ferreira da Silva, de 29 anos, a juíza Florentina Ferreira Bruzzi Porto, se levantou, pediu que as noivas repetissem o juramento de fidelidade e amor e falassem palavras uma para a outra.  A emoção tomou conta não só das noivas. Mas de todos na sala, sendo, sem dúvida, um momento marcante e emocionante da cerimônia.

A magistrada também falou da alegria em celebrar os casamentos dentro do projeto Casamento Comunitário. Como juíza de Vara de Família, Florentina Ferreira Bruzzi, não escondia a felicidade em celebrar a união de tantos casais: “É muito gratificante celebrar essas uniões e ver a alegria dos casais em legalizar a situação deles junto à sociedade. Para eles, é um momento único e, para mim, também. Fico muito feliz porque nem sempre como magistrada temos a oportunidade de compartilhar a felicidade, principalmente, porque sou juíza de Vara de Família e costumo fazer muitos divórcios e não compartilho felicidade e, aqui, sim”.

Thaís e Carolina se conheceram em um aplicativo de redes sociais e tiveram pressa em selar a união: “nos conhecemos em 2022, um mês depois já conhecíamos nossas famílias, fomos morar juntas dez dias depois do primeiro encontro e, hoje, nos casamos”, contou a noiva Thais, visivelmente emocionada.

Histórias de vida em sonhos –  Transformar histórias da vida em sonhos. Esse é o sentimento de todos que estavam presentes na celebração, comandada pelos juízes Antônio Luiz da Fonseca Lucchese, Florentina Ferreira Bruzzi Porto, Gilberto de Mello Abdelhay Júnior e Lysia Maria da Rocha Mesquita.

Na cerimônia de abertura do Casamento Comunitário, ao som do coral “Amigos do Tribunal”, comandando pelo maestro Wellington Ferreira, o juiz Antônio Lucchese e o diretor-geral de Sustentabilidade e Responsabilidade Social do TJRJ, Carlos Eduardo Menezes da Costa, saudaram os noivos e desejaram felicidades na nova etapa da vida.

Enquanto uns partiram para uma celebração especial, a noiva Natália da Silva Jardim tentava convencer o, agora, marido Luiz Henrique Dias a sair para comemorar. “Não vai ficar em casa hoje não! Vamos comemorar nem que a gente brinde com um refrigerante e um pastel. Hoje, nossa relação tem outro começo. Se anima”, dizia Natália para o marido, que estava às gargalhadas ao receber “ordens” da esposa. No final, era tudo brincadeira e todos saíram para comemorar a nova fase da vida a dois.

(Via Ascom/TJRJ)