Nova proposta de concessão da Dutra prejudica a Baixada

Dos R$ 32 bilhões definidos para investimentos não tem um só centavo destinado à região

O novo modelo prevê a divisão do trecho de cerca de 600 quilômetros entre duas concessionárias e a implantação de mais praças de pedágio

Na audiência pública realizada na última segunda-feira em Brasília pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT ) para discutir a nova concessão da Rodovia Presidente Dutra foi jogado um balde de água fria na cabeça de quem acreditava que o trecho que corta os municípios da Baixada Fluminense seria beneficiado com obras, e, não fosse o desabafo feito durante acessão pelo prefeito de São João de Meriti ninguém levantaria a voz para alertar que de um total de R$ 32 milhões definidos para investimentos na via não há um só centavo destinado para obras na região.

Isto significa que se o novo contrato for fechado como está previsto até agora, as pistas nem os viadutos existentes ao longo da região receberão obras de duplicação, permanecendo os engarrafamentos quilométricos, que põem em risco os usuários da estrada, principalmente os caminhoneiros.

“É um absurdo que a Baixada Fluminense não seja contemplada. Minha cidade, por exemplo, tem dois viadutos que precisam ser duplicados. O trecho de São João de Meriti é um dos de maiores riscos para os motoristas. Os assaltos são freqüentes por causa dos engarrafamentos quilométricos. Precisamos mudar isto. Convido a todos os prefeitos da Baixada e aos deputados federais que representam a nossa região para também participarem desta luta. Precisamos unir esforços para dar à Baixada o valor que ela tem neste contexto tão importante”, destacou o prefeito João Ferreira Neto, o Dr. João.~

Divisão – Ontem (15) aconteceu no Rio a segunda audiência e até então não havia sido anunciada qualquer alteração. Nesta reunião a ANTT anunciou mais praças de pedágio para sustentar o novo modelo de concessão. A ideia é dividir um trecho de 598,5 quilômetros entre duas rodovias na (BR-116 e na BR-101) a serem explorados por duas concessionárias diferentes.

Pelo que está no novo projeto uma empresa ou consórcio fica com o trecho da BR-101, ligando o Arco Metropolitano a Ubatuba, cidade no litoral paulista, e outra concessionária assumiria o trecho da BR-116, que sai de Seropédica até a Marginal Tietê, em São Paulo.

A nova proposta da ANTT não foi bem aceita pela Associação de Construtores do Rio de Janeiro.  O presidente da entidade diz que o modelo está equivocado. “Você vai ter duas concessões independentes na mesma estrada, o que representa um aumento de custos dentro da modelagem que foi feita”, diz Fernando dos Santos Reis.

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