Vacina brasileira de covid fortalece ciência e país, diz ministra

Luciana Santos conversou com exclusividade com os veículos da EBC

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O Brasil publicou este mês o primeiro artigo científico sobre testes de segurança envolvendo uma vacina contra a covid-19 totalmente nacional. Os resultados demonstram que o imunizante, chamado SpiN-TEC, é seguro. A dose avança agora para a fase final de estudos clínicos e deve estar disponível para a população até o início de 2027.

Desenvolvida pelo Centro de Tecnologia de Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a vacina conta com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Ao todo, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) investiu R$ 140 milhões, por meio da RedeVírus, apoiando desde os ensaios pré-clínicos até as fases clínicas 1, 2 e 3.

Em entrevista à Agência Brasil e à TV Brasil, a chefe do MCTI, Luciana Santos (foto), classificou o desenvolvimento do imunizante como algo revestido de simbolismos em meio à luta contra o negacionismo. Ela se mostrou otimista em relação a uma futura aprovação da dose pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e citou outras iniciativas de fomento de novas tecnologias em andamento no país.

A vacina, segundo a ministra, é um grande marco da luta contra as evidências científicas e do negacionismo se deu no auge da covid-19, uma pandemia que impactou o mundo todo. “No Brasil, tínhamos um chefe de Estado que negava a ciência. E todos nós sabemos os impactos disso: fomos a segunda população do planeta com mais mortes por covid”, disse.

Para ela, desenvolvimento dessa vacina se reveste de muitos simbolismos: “Primeiro, da capacidade da inteligência brasileira. Nós temos um histórico, através de instituições que são longevas, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan, que, naquele momento de pandemia, acudiram através de transferência de tecnologia, o que salvou o povo brasileiro”.

A ministra entende que os desafios para as pandemias vão ser cada vez mais urgentes: “No caso específico, a SpiN-TEC, do Centro de Tecnologia de Vacinas da UFMG, que a gente apoiou com investimentos no montante de R$ 140 milhões, mostra que o Brasil é capaz de produzir soluções brasileiras, da inteligência brasileira”.

(Via Agência Brasil)