Investir em saneamento básico é investir em saúde

● Dr. Henrique Paes

Tenho andado por várias comunidades, bairros e municípios e tenho visto o quanto a questão do saneamento básico continua como um problema gravíssimo nas condições de vida de milhares de famílias. Afeta diretamente a saúde e, é claro, as camadas mais baixas em condições socioeconômicas. Para quem não sabe, saneamento básico é um conjunto de serviços, tais como o abastecimento de água, o esgotamento sanitário, a limpeza urbana, a drenagem urbana, o manejo de recursos sólidos e águas pluviais. São esses serviços que compõem, entre outros, o que é o saneamento básico.

Antigamente, estimava-se que a cada R$ 1 real investido em saneamento básico representava R$ 4 reais economizados com gastos na saúde. Mas a Fundação Nacional de Saúde (FNS) refez os cálculos e reconheceu que a cada R$ 1 gasto com saneamento  representa uma economia de R$ 9 na saúde. E é essa uma das questões que vamos lutar, também, para que o investimento em saneamento seja visto como investimento em prevenção à saúde. Esse é um dos pontos de destaque no rol do que pretendemos defender e que temos defendido.

Vamos explicar isso através de uma linguagem de fácil compreensão: Temos que ter as estruturas de saúde e devemos investir maciçamente em saúde, é óbvio. Isso é importantíssimo e não podemos abrir mão. Mas também devemos olhar a questão do saneamento de forma integrada aos avanços que queremos na saúde e na otimização dos recursos.

Como disse acima, o dinheiro aplicado em saneamento ameniza muitos casos de doenças ligadas à falta de saneamento. Entre elas, podemos citar a amebíase ou disenteria, as ascaridíase e ou lombrigas, a cólera, a febre amarela, a febre paratifoide, a febre tifoide, a hepatite A, a malária, a febre bubônica, a salmonelose, entre outras. Doenças causadas por falta de saneamento.

Quem é da área da saúde sabe sobre a importância do quanto as localidades periféricas precisam receber serviços básicos de saneamento. Isso é para que não tenham  comunidades vulneráveis em ambientes propícios para a proliferação de doenças. O papel do político é olhar o conjunto e buscar a aplicação dos recursos de forma otimizada e preventiva, sem deixar, é claro, de olhar a ponta da prestação de serviços de atendimento de saúde, e um atendimento com qualidade. É necessário que os postos de saúde próximos dessas comunidades tenham estruturas, assim como as comunidades tenham saneamento. Isso melhora não só a condição de vida, no que se refere à saúde, mas traz um sentimento de receber a atenção que merecem com a devida aplicação dos recursos públicos.   

*Henrique Paes é médico e empresário

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