
Preocupa a todo cidadão de bom senso a declaração do candidato do PSL de que é concreta a possibilidade de uma fraude eleitoral em favor do candidato do PT. É de uma gravidade tamanha. Não porque a votação eletrônica possa ser manipulada, mas por sugerir que Jair Bolsonaro e seus iguais não irão aceitar resultado que não seja a vitória. Quando alguém que se propõe a governar o país faz tal ameaça, ainda que velada, nos leva pensar que Bolsonaro, Mourão e Cia. querem é ganhar no grito. Isso é muito sério. É seríssimo. Quem pensa assim está é pregando o poder absoluto, a marcha dos coturnos sobre as cabeças dos defensores da liberdade e revelando o medo terrível que a democracia lhe causa.
Sei que a militância cega vai cair de pau e me chamar de comunista – como assim classifica a todos os que conseguem pensar livremente -, mas não posso deixar de emitir minha opinião. Vi nessa declaração um ato de desespero, reação de quem teme que, no segundo turno, como assim mostram as pesquisas de intenção de votos, o bicho papão lhe engula.
Antes de me tacharem de comunista saibam de uma coisa. Sou de direita. Nunca votei na esquerda e sou criticado por isso, pois aos olhos de muitos não aparece bem um defensor da liberdade votar em candidatos da direita. Sempre votei na direita e este ano o farei novamente, mas com certeza não escolherei um extremista.
Os que hoje estão batendo palmas para cada frase infeliz de Bolsonaro e seu vice precisam atentar para um detalhe: num estado de exceção como o pretendido pelo general Mourão, é proibido protestar. Tem que ficar caladinho e aguentar as atrocidades, pois não vai ter imprensa livre para denunciar os desmandos e os eventuais atos de corrupção. Ou vocês acham que nos governos militares não tinha corrupção?
Bobinhos. Naqueles anos de chumbo, de tortura comendo solta nos porões, de inflação de 80% ao mês e desabastecimento era proibido denunciar.
Pensem bem. É isso mesmo que vocês querem?