Secretários que ainda restam no governo Witzel tentam fazer “seguro” para garantir o posto em eventual gestão de vice e proteção na Alerj

Vários que participaram da primeira reunião do secretariado de Witzel já deixaram o governo, uns demitidos, outros por vontade própria

Com os dias como governador praticamente contados, o ex-juiz Wilson Witzel, ao que parece, só contaria hoje com um aliado de verdade no Palácio Guanabara, o secretário da Casa Civil Cleiton Rodrigues, que tem se movimentado nos últimos dias no sentido de tentar reverter o quadro na Assembleia Legislativa, onde 69 dos 70 deputados, se o processo de cassação fosse votado hoje, mandaria o Witzel para casa sem dó nem piedade.

Ao contrário de Cleiton, alguns titulares de pastas importantes estariam mais preocupados em fazer uma espécie de seguro para manterem-se os postos numa já dada como certa gestão do vice-governador Claudio Castro, que, por sua vez, usando as sandálias da humildade, tem ficado calado e evitando encontros que podem ser confundidos como conspiração. Também teriam aqueles que apostam que a onda de desgraça possa afetar outras pastas e que o melhor seria destinar a fidelidade a outro senhor.

Defensor” teria tornado o buraco ainda mais fundo – Ninguém discorda que o governador foi empurrado para o buraco pelas irregularidades que causaram prejuízos milionários aos cofres públicos nas compras emergenciais feitas em nome do enfrentamento do coronavírus e pela influência que o empresário Mario Peixoto mantinha em sua gestão, mas não há dúvidas de que se o advogado capixaba Lucas Tristão fosse mais competente e menos arrogante a situação do patrão dele seria mais amena na Alerj.

“Ele achava que com um calhamaço de papel poderia pressionar qualquer um dos 70 deputados. Gostava de entrar nas salas falando alto e impondo suas vontades. Queria mandar mais que o governador, do qual julgava ser o maior protetor. Achava que ninguém prestava para aliar-se ao governo. Deu no que Deu”, diz um deputado.

Antes convidado para a Secretaria de Governo, o inexperiente Pedro Fernandes queria uma secretaria de gestão para garantir um mandato de deputado depois. Ganhou a pasta da Educação e não estaria disposto a sair da cadeira antes do prazo de desincompatibilização para as eleições de 2022, mas, pelo que se comenta hoje nos corredores do poder,  perderia o cargo assim que Witzel fosse destronado.

Assim como Fernandes, há outros apegados aos cargos como Felipe Bornier, secretário de Esportes, e indicados pelo pastor Everaldo Dias Pereira, que dizem lá no Guanabara, continua mandando muito no governo, mas não conseguirá passar nem mais na porta se o ex-juiz for mandado para casa, mesmo sendo o manda-chuva do PSC.

Envie seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.