
“Não sou ladrão. Não deixarei que corrúptos e ladrões estejam no meu governo. Vamos vencer a guerra”. As palavras são do governador do Rio de Janeiro, o ex-juiz federal Wilson Witzel, uma reação contra as suspeitas de que ele estaria ligado às irregularidades encontradas nos contratos emergenciais feitos pela Secretaria de Saúde e uma resposta às afirmações de que em delação premiada o ex-secretário Edmar Santos poderia apresentar provas contra ele. Entretanto, o homem que faz um discurso duro contra a corrupção é o mesmo que recorreu à Justiça para evitar depor na Polícia Federal e também para tentar impedir a continuidade da CPI instalada pela Assembleia Legislativa, que poderá resultar em impeachment.
A primeira tentativa na Justiça deu resultado positivo. O presidente do STJ, João Otávio de Noronha, livrou o governador do depoimento à PF, mas o recurso contra a CPI foi rejeitado pelo Tribunal de Justiça do Rio: o desembargador Elton M. C. Leme indeferiu o mandado de segurança impetrado pelos advogados do governador, mas a defesa já avisou que está estudando as medidas que serão tomadas para derrubar a CPI, insistindo na tese de que a Assembleia Legislativa não observou o direito de defesa do governador
Ações de improbidade – Além da CPI na Alerj e do inquérito no qual o governador foi convocado para depor na Polícia Federal, a defesa de Witzel tem outras preocupações. O governador responde várias ações de improbidade administrativa no Superior Tribunal de Justiça, o que lhe poderá afastar do cargo antes mesmo da conclusão dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito.
Preso na última sexta-feira (10), o ex-secretário de Saúde Edmar Santos já estava negociando uma delação premiada com o Ministério Público Federal e falta apenas a homologação do acordo. Edmar, que ontem (15) teve habeas corpus negado pelo STJ, teria se comprometido a entregar provas contra o governador. Sobre isso Witizel afirmou que se Santos delatar “vai mentir”.