Busca por apoio a Witzel na Alerj começa pelo baixo clero

É no bloco dos chamados “de pouca expressão” que o governo vê o solo mais fértil para plantar suas ofertas de cargos

André Moura foi chamado por Witzel para tentar arrumar as coisas na Alerj

Nomeado na última sexta-feira (24), o super secretário André Moura (foto) já começou a trabalhar para tentar montar um bloco de apoio ao governador Wilson Witzel na Assembleia Legislativa. O ex-juiz conseguiu ganhar tempo com  a liminar concedida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, dissolvendo a comissão de inquérito montada contra o governo, que recorreu à corte alegando que o princípio da proporcionalidade não foi respeitado. Porém, quem entende do riscado diz que o remédio dado a Witzel tem efeito de curta duração, pois uma nova composição pode ser definida dentro da proporcionalidade ou a Alerj poderá vir reverter a situação do próprio STF em agosto. Como seguro morreu de velho, Moura está garimpando apoio no baixo clero, ala vista como mais suscetível às ofertas por cargos no governo.

Ex-vereador em São João de Meriti, o deputado Giovani Leite de Abreu, mais conhecido como Ratinho, tem aparecido ao lado do governador em alguns eventos nos últimos dias. O que se comenta nos corredores do poder é que ele e o deputado Vandro Lopes Gonçalves, o Vandro Família, teriam conseguido indicar o novo presidente do Departamento de Transportes Rodoviários (Detro). Ambos negam, mas os dois já são considerados na Casa como favoráveis a Witzel, com Ratinho, inclusive, sonhando ser  o líder do governo.

Nesta terça-feira (28), o presidente da Alerj, André Ceciliano anunciou que a Casa vai recorrer contra a decisão de Toffoli, mas vai esperar pelo retorno dos trabalhos normais da Corte. Por unanimidade os líderes dos partidos com acento na Alerj resolveram ajuizar o recurso no início de agosto, quando termina o recesso no judiciário. Com o retorno quem vai analisar o recurso é o ministro Luiz Fux, que atua como relator do processo.

“Nós reafirmamos a confiança em tudo o que foi feito, na composição da comissão, a definição do rito, que seguiram a Lei 1.079/50 e a ADPF 378. Elas determinam a participação de todos os partidos, e permitem a formação da comissão por indicação dos líderes. Estamos garantindo o direito à ampla defesa do governador”, disse André Ceciliano.

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