Tensão, denúncia de sequestro e ameaça na disputa eleitoral em São João de Meriti

Ambulante revela que teria sido levado à força para gravar depoimento com falsas acusações ao prefeito da cidade

Uma semana após a revelação de que camelôs que trabalham no centro de São João de Meriti e Vilar dos Teles, na Baixada Fluminense, dando conta de que homens armados circulando em vários carros diferentes estariam intimidando a categoria por conta das disputa pela Prefeitura, alertando para eles não votarem no prefeito João Ferreira Neto, o Dr. João, candidato a reeleição pelo DEM, um casal de ambulantes compareceu à 64ª Delegacia Policial relatando ter sido tirado – sob ameaça de armas – da rua e levado a um galpão que seria da  campanha do candidato do PSC, Leo Vieira, onde, sob mira de arma, teria sido obrigado a gravar um vídeo com falsas acusações contra o adversário. O depoimento prestado pelo casal já foi encaminhado à Justiça e a polícia está tentando identificar os autores do suposto sequestro.

O casal, identificado como Thamires de Almeida e Ledilson Roberto da Silva, contaram no registro de ocorrência 064-15195/2020, lavrado às 20:31 da última segunda-feira (23), que trabalham como ambulantes na esquina da Avenida Automóvel Clube com Rua São João Batista, no centro de São João de Meriti, onde, por volta das 12:20 do mesmo dia, um Corola preto de vidros com película escura teria parado no sinal, e logo após parou um carro branco. Consta no depoimento que Ledilson teria se aproximado para oferecer balas e a janela do lado do motorista foi baixada, dando para ver três pessoas dentro do carro.

“…que o motorista era um homem cor preta, de estatura mediana, barrigudo, usando boné, com uma tatuagem no braço, que cumprimentou Leldison, dizendo: ‘Olha quem eu encontrei, Você voltou?’; que Ledilson parecendo ter reconhecido o homem, disse: ‘Agora estou trabalhando, tenho minha família, não estou mais naquela vida’; que então o homem retrucou dizendo: ‘Agora você vai me pagar o favor que eu fiz, naquela época de não ter te matado’; que então o homem apontou uma pistola para Ledilson o mandando entrar no carro, em seguida ele se dirigiu para a declarante (Thamires) a mandando entrar no carro também; que a declarante e Ledilson sentaram no banco de trás do carro”, diz um trecho do depoimento de Thamires.

O casal relatou que o Corolla seguiu até a um galpão pintado de verde e branco, onde teria recebido ordem de desembarcar e ao descer do carro viu que o veículo branco também estava lá. Thamires e Ledilson contaram ainda que teriam sido conduzidos até ao segundo andar do galpão, onde, num escritório homens teriam apontado arma, ordenando Ledilson a gravar um vídeo dizendo que era funcionário da Prefeitura de São João de Meriti, informando ser sua a matricula 482086 e que trabalhava há três anos varrendo ruas e que estava com três meses de salários em atraso. Ledilson confirmou no registro de ocorrência que os homens o teriam obrigado a repetir o nome e a falsa matrícula e dizer que estava autorizando a divulgação de sua imagem.

Ainda segundo Ledilson, no escritório, além dos três homens que abordaram o casal na rua, haveria um quarto homem, que supostamente era o chefe do grupo e se dizia policial e era conhecido como Sombra. Ele revelou também que teria sido alertado para não usar redes sociais até março de 2020.

*O espaço está aberto para manifestação do candidato Léo Vieira.

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