Eleições 2022: prefeito de Caxias não é unanimidade na Baixada

 “Washington vai ter que ‘rebolar’ muito para ser indicado a alguma coisa”, falam lideranças da região mordidas pelas intromissões de Reis nas cidades vizinhas nas eleições de 2020

Elizeu Pires

Além da intenção de colocar um irmão no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, o prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (foto), vinha se movimentado no sentido de concorrer a governador em 2022. Já foi avisado de que uma vaga no TCE até que pode rolar, pois quem decide isso é a Assembleia Legislativa, mas uma candidatura ao Palácio Guanabara ele pode esquecer. Aí viria então o Plano B, com ele disputando uma cadeira no Senado, mas ainda assim tem gente torcendo o nariz…

É que Washington está longe de ser unanimidade na região, estando muito distante disso, apesar de seu grupo o aclamar “Rei da Baixada”, título que ele parece levar a sério, mas que não se sustenta nem se traduz em votos. Reis, embora tenha sido reeleito no primeiro turno, foi o prefeito – proporcionalmente falando – menos votado entre os gestores dos quatro maiores municípios da região, tendo obtido 52,55% dos votos, coisa pouca se comparado com a votação de Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, o primeiro prefeito a ser reeleito em Belford Roxo, que ficou com 80,40% da votado válida. Reis foi batido também por João Ferreira Neto, de São João de Meriti (56,83%) e Rogério Lisboa, de Nova Iguaçu (62,10%).

Humildade x presunção – A empáfia de Washington Reis, segundo observadores mais atentos, atrapalha em muito a Baixada Fluminense, pois ele, entendem, opera desagregando. “Não tem nenhuma liderança em nossa região que o apoia incondicionalmente. Estou falando de liderança de verdade, não de deputado que se elege na aba dos outros e depois se colocada como grande nome”, enfatiza um desses mais atentos.

Sem a arrogância de Reis e sorvendo a sopa quente pelas beiradas, o prefeito de Mesquita vai dando uma de “mineirinho”, mas seu silêncio, apontam os mais atentos, “diz muita coisa”. Reeleito com 78,63% dos votos, Jorge Miranda (foto) observa ao redor e não encontra muita dificuldade em transitar pelos complicados caminhos da política na região.

Apontado como o melhor administrador da história do município mais jovem da Baixada, Miranda não descarta um voo diferente em 2022. Desconversa, e qualquer indagação nesse sentido é respondida com um “quem sabe”, mas o nome dele já começa a ser cogitado para compor uma chapa majoritária, quando o de Washington soa apenas entre seu grupo político, aquela turma que dele depende para sobreviver.

Vexame em Magé e derrota em outras cidades – Acreditando mesmo que era o “Rei da Baixada”, Washington Reis chegou em São João de Meriti cheio de marra. Botou banca contra o prefeito Dr. João, mas teve de enfiar a viola no saco. João Ferreira Neto engoliu ele e outros bambambãs. 

Isso aconteceu também em outras cidades do interior, mas vergonha mesmo ele passou foi em Magé, onde lançou na disputa pela Prefeitura a irmã Jane Reis, que ficou em sexto lugar, com 5,92% dos votos.

Como não bastasse essa surra, o prefeito de Caxias foi surrado ainda em Guapimirim, onde a candidata dele e dos deputados Gutemberg e Rosenverg, Ismeralda Rangel Garcia, teve apenas 880 votos, 2,89% dos votos.

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