Guapimirim: Para pressionar prefeita que mostra não ter medo de cara feia, oposição reprova até propostas de interesse da população

Elizeu Pires

“O habito do cachimbo deixa a boca torta”. O provérbio português muito falado pelos mais antigos pode ser aplicado a um grupo de vereadores de Guapimirim, que, a julgar pelo comportamento, parece estar sentindo saudades do ex-prefeito Jocelito Pereira de Oliveira, o Zelito Tringuelê, em cuja gestão indicava até titular de secretarias. Como as coisas mudaram deste a posse da prefeita Marina Rocha, que adotou o jeito republicano de governar, o grupo passou a votar pela reprovação até propostas que visam o benefício da população, e tentou antecipar a eleição da mesa diretora, cujos componentes ainda tem mais um ano e meio para permanecerem nos cargos.  

Abortada por decisão judicial, a manobra visava eleger um membro do grupo para presidir a Casa a partir de janeiro de 2023, possivelmente o vereador Halter Pitter dos Santos da Silva, que já presidiu a Câmara. A ideia seria usar isso como instrumento de pressão, mandando um recado direto para a prefeita, como se os membros do bloco quisessem dizer que na segunda metade do governo de Marina as coisas teriam de ser diferentes.

Além de Pitter, que é apontado como líder, o grupo é formado pelos vereadores reeleitos Claudio Vicente Vilar, o Magal; Rosalvo de Vasconcellos Domingos, e Alex Rodrigues Gonçalves, o Leleco e pelo novato Augusto Márcio Ramos de Souza, o Guto do Depósito. Os cinco tiveram coragem se manifestarem na sessão do último dia 8 contra a implantação de um hemocentro neonatal, e de um programa habitacional para as famílias de baixa renda.

Nomeação de parentes –  A gestão passada teve vários problemas com o Ministério Público e a Justiça, e um deles ocorreu logo no primeiro ano do mandato de Tringuelê. Foi por causa da nomeação de parentes de vereadores em cargos comissionados na Prefeitura, inclusive familiares de membros da Câmara que hoje fazem oposição ao governo.

Em julho de 2017 o Ministério Público fez uma recomendação ao então prefeito para que fossem exonerados oito parentes de agentes políticos em exercício de mandato, nomeados em cargos de confiança a partir de janeiro daquele ano.

Na lista estavam a então a primeira-dama Paula Francinete Machado de Jesus, que era secretaria de Ação Social e Jocélio Pereira de Oliveira, irmão de Zelito, que havia sido nomeado no cargo de subsecretário de Urbanismo, além de Ana Cristina de Oliveira Almeida Lima (Secretaria de Controle Interno e irmã do então vice-prefeito Ricardo de Oliveira Almeida) e da secretária de Turismo Viviane Aparecida Gomes Alves, esposa do vereador Halter Pitter dos Santos da Silva, que não foi o único vereador a emplacar um parente numa secretaria: João Mauricio Ferreira, pai do vereador Alex Rodrigues foi nomeado secretário de Obras.

*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria.

Matérias relacionadas:

MP aponta nepotismo e recomenda demissões em Guapimirim

Guapimirim exonera quatro da lista do Ministério Público

Envie seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.