Vice de Claudio Castro deverá sair da Baixada Fluminense e não será o prefeito de Duque de Caxias, que tem contas a acertar com a Justiça

● Elizeu Pires

Com uma pena de sete anos e dois meses a cumprir Washington Reis se acha o único nome a altura de compor a chapa de Claudio Castro, mas a situação dele, outros nomes e números mostram o contrário

Está na mesa do ministro Edson Fachin, no Supremo Tribunal Federal, com parecer contrário da Procuradoria da República, o embargo dos embargos impetrado pela defesa do prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), para evitar a execução de uma sentença de sete anos e dois meses de prisão em regime semiaberto, aquele em que o sentenciado fica livre durante o dia e permanece no presídio à noite. Só que o político continua afirmando para a sua plateia que pretende ser candidato a senador, mas, “se solicitado com jeitinho”, aceitaria compor chapa como vice do governador Claudio Castro.

Isso, para qualquer operador do Direito que tem os pés no chão e não fica mirando o céu para ver se vaca voa, é um blefe, pois o embargo não muda a situação do condenado e só serve para retardar o início do cumprimento da sentença que foi imposta pelo STF em dezembro de 2016. Para o advogado Edson Lourival, por exemplo, o fato é que Reis terá de sair do cargo e vai ficar inelegível por longo período. Sendo assim, Washington não poderá ser candidato a nada no mínimo pelos próximos oito anos.

Embora a Baixada Fluminense seja vista por Reis e os seus como um feudo, a região é muito maior que as pretensões do prefeito de Duque de Caxias e tem nomes bem menos rejeitado que o dele. Jorge Miranda, prefeito de Mesquita, por exemplo, circula com desenvoltura por todos os corredores do poder, tanto faz se em Brasília ou Rio de Janeiro, e foi reeleito com 78,63% da votação apurada. Além disso, voto é o que não faltou em 2020 para os também reeleitos Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho (Belford Roxo), Rogério Lisboa (Nova Iguaçu) e João Ferreira Neto, Dr. João (São João de Meriti), nomes de uma região que reúne mais de 2,5 milhões de eleitores.

Embora seja grande o oferecimento de nomes do interior do estado, pela expressividade eleitoral de políticos da Baixada Fluminense, é dessa região que deverá sair o companheiro de chapa de Claudio Castro, que ao mesmo tempo anda piscando os olhinhos para os prefeitos de Belford Roxo, Nova Iguaçu e São João de Meriti, mas tem monitorado com lupa as movimentações de Jorge Miranda, Mesquita, mas esse parece mais interessado em um mandato parlamentar.

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