Turma da farra das desapropriações quer o poder de volta em Macaé

Riverton apoia Chico Machado Igor também é pré-candidato a prefeito

Enquanto o bloco se articula para tentar o poder nas urnas a Prefeitura de Macaé cobra na Justiça a devolução de mais de R$ 130 milhões

Com base em relatório do Tribunal de Contas do Estado que apontou irregularidades nas desapropriações de terrenos e edificações ocorridas na gestão do ex-prefeito Riverton Mussi a Prefeitura de Macaé está buscando na Justiça o ressarcimento dos valores pagos, que corrigidos, chegam a R$ 134 milhões. Enquanto isso, personagens ligados direta ou indiretamente ao que ficou conhecido na cidade como “farra das desapropriações” estão na luta pelo poder juntos ou isolados, não descartando a possibilidade de se unirem lá na frente, formando um grupo em oposição ao prefeito Aluizio dos Santos Junior, o Dr. Aluizio, que pretende disputar a reeleição.

Pelo menos dois políticos cujas famílias foram beneficiadas pelas desapropriações vistas como irregulares pelo TCE são pré-candidatos a prefeito. Um deles, Francisco Alves Machado Neto, o Chico Machado (PDT), conta com apoio declarado de Riverton Mussi. O segundo, o vereador Igor Sardinha (PRB) vem se movimentando em direção ao governo municipal, mas um “acordo de cavalheiros” pode unir todos mais lá frente em função do nome que melhor performar nas pesquisas de intenção de votos, podendo reunir ainda o atual vice-prefeito, Danilo Funke, pré-candidato a prefeito pelo Rede, partido onde desembarcou depois de deixar o naufragado PT, legenda da qual era apontado como uma das maiores lideranças na região.

Entre os anos de 2005 e 2008 o então prefeito Riverton Mussi fez desapropriações que somaram mais de R$ 70 milhões, adquirindo para o município áreas e prédios que pertenciam a parentes de vereadores, a empresários e membros do governo. Agora, com base na análise do Tribunal de Contas a Procuradoria Geral do Município (PGM) resolveu buscar na Justiça o ressarcimento dos prejuízos causados aos cofres da municipalidade. O TCE apontou, por exemplo, “desapropriação sem justa causa, pagamento de indenizações indevidas e superfaturamento”. De acordo com o apurado, a desapropriação mais cara foi a de uma área que pertencia à família do vereador Chico Machado. O valor da desapropriação de uma área de 456 mil metros quadrados, supostamente para executar planos de urbanização que até hoje não saíram do papel foi de R$ 42 milhões.

Entre os decretos de “desapropriação sem justa causa” aos olhos do Tribunal de Contas está ainda a de uma área que pertencia aos pais do vereador Igor Sardinha, ocorrida em 2005, adquirida pelo município por R$ 3.804.367,06. A propriedade de um alqueire de terra localizada no bairro Virgem Santa foi desapropriada sob a justificativa de que iria possibilitar a ampliação da Estrada do Morro Grande, o que não aconteceu ainda. A área pertencia aos pais do vereador e estava em nome da empresa Layti de Macaé Construções, que tinha como donos Antônio Glória Sardinha e Sandra Simone Paes.

As investigações mostram que a propriedade foi comprada pelos Sardinha por R$ 15 mil em 1996 e entregue à Prefeitura com uma valorização de mais de 2500%. Na época em que o decreto de desapropriação foi emitido por Riverton Antonio Sardinha ocupava cargo no primeiro escalão do governo.

 

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