Tanguá anseia por uma terceira via

O prefeito Valber Marcelo e o pré-candidato Rodrigo Medeiros, para algumas lideranças locais, estariam se sentindo senhores da vontade da população de Tanguá (Fotos: Divulgação/PMT e PRB)

Para não repetir o que lideranças comunitárias classificam como “erros do passado”

Enquanto o prefeito Válber Luiz Marcelo (PTB) vai tocando o seu lento e inseguro barco, tentando convencer a si mesmo de que é a maior força política local e o protegido do ex-prefeito Carlos Pereira, Rodrigo Medeiros (PRB) se posiciona como se já tivesse vencido uma eleição que só vai acontecer no dia 2 de outubro e nem candidato ainda é – pois as convenções que vão definir candidaturas serão realizadas entre os dias 20 de julho e 5 de agosto -, lideranças comunitárias de Tanguá, uma das cidades mais pobres do estado do Rio de Janeiro, buscam uma opção, preocupados que estão com o futuro e com o fato de os que se apresentam hoje como solução se comportarem como donos deste município de pouco mais de 30 mil habitantes, cheio de problemas e vícios de gestão, embora seja um dos mais novos do país.

 

O empreguismo iniciado logo com a instalação de Tanguá como cidade – o que ocorreu no dia 1º de janeiro de 1997, com a posse do prefeito Jailson Cardoso – se estende aos dias de hoje como uma espécie de garantia de voto. A prática foi aperfeiçoada por Carlos Pereira e ampliada pelo atual gestor, que fez de uma cooperativa de serviços gerais, a Coopsege, sua maior parceira nisto. Denúncias apontam para uma possível captação ilegal de votos através de pessoas que estariam recebendo salários sem trabalhar, nada que seja novidade, pois denúncias semelhantes surgiram em 2012, quando o hoje pré-candidato da oposição foi o candidato do governo, Rodrigo (que no ano passado chegou a ser o homem forte da Prefeitura de Guapimirim e deixou o cargo de secretário de Governo três dias antes de uma operação do Ministério Público que acabou resultando no afastamento temporário do prefeito Marcos Aurélio Dias) perdeu para Válber com uma diferença de mais de cinco mil votos.

Se o atual prefeito é considerado “pau-mandado” do ex-deputado Alexandre Santos e seguidor das orientações do presidente estadual do PT, Washington Quaquá, Rodrigo é visto como o nome que interessa a empresários que querem apenas tirar o pouco que Tanguá consegue auferir no fim do mês, mas é o que o município tem pra hoje no cardápio eleitoral. Até as convenções o que se espera é um nome descomprometido com o presente e com o passado, mas com disposição e coragem de mudar a realidade de uma cidade que ainda parece pertencer a Itaboraí, município do qual fora distrito.

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