Promessa ou ameaça?

Ex-prefeito que quebrou a previdência dos servidores de Nova Iguaçu e deixou o município com mais de R$ 500 milhões em dívidas, anuncia que está voltando

● Elizeu Pires

Lindbergh deixou Nova Iguaçu no buraco, mas parece ter esquecido do desastre que foi a sua gestão

Os moradores de Nova Iguaçu ainda se lembram muito bem do desastre que foi a gestão de Lindbergh Farias (PT), que (des) governou o município de janeiro de 2015 a 31 de março de 2010, quando renunciou o mandato de prefeito para concorrer ao Senado. Porém, ao que parece, o hoje vereador na Capital fluminense parece ter esquecido, por exemplo, que afundou o município em dívidas e quebrou a previdência dos servidores, o Previni. Tanto é assim que acaba de confirmar que vai transferir seu domicílio eleitoral para cidade, com vistas as eleições municipais de 2024, mas antes tentará um mandato de deputado federal.

Prefeito mais processado da história de Nova Iguaçu, além das dívidas e do rombo de R$ 400 milhões no Previni, Lindberg deixou um rastro de destruição e dezenas de obras inacabadas, mas ainda assim diz que pretende voltar a disputar a Prefeitura porque “o município é muito importante para o nosso (dele) partido”.

Entre as ações movidas contra Farias está um processo por contratação de funcionários fantasmas, o que o elizeupires.com revelou na matéria Uma Prefeitura “mal-assombrada”, veiculada no dia 23 de março de 2009. Na época uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) comprovou a existência de várias irregularidades no governo de Lindberg, com a existência de 865 funcionários fantasmas, todos lotados na Secretaria de Governo. Foi apurado que os nomeados não apareciam na secretaria nem para pegar os contracheques e seus pontos eram atestados pela então chefe de gabinete de Lindberg, Maria José Andrade.

Previdência quebrada – Em outro processo Farias foi denunciado por uma série de irregularidades verificadas na previdência dos servidores. Em março de 2013 o então procurador geral da República, Roberto Gurgel, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF), denúncia contra Lindbergh pelo rombo causado nos cofres do Previni. Farias foi acusado de crime contra o sistema financeiro, desvio e malversação de recursos públicos, além de formação de quadrilha.

Além do hoje vereador foram denunciados Gustavo Falcão Silva e Luciano Otávio Dutra Leite, ex-gestores do órgão previdenciário, que já tinham sido condenados pelo Tribunal de Contas a devolverem R$ 2.357.917,32, por aplicações ilegais no mercado financeiro, usando recursos do órgão previdenciário.

O  rombo chegou a ser investigado pela Câmara de Vereadores, mas os membros da bancada do prefeito fizeram uma operação “abafa” para livrar Lindberg e os demais acusados, não permitindo a aprovação do relatório final, que apontou vários crimes. Os documentos – com provas específicas – foram encaminhados ao Ministério Público e Polícia Federal, gerando o processo que está no STF. Na época da CPI um grupo de vereadores trabalho no sentido de tentar desqualificar o relatório final, que apontou um rombo de cerca de R$ 400 milhões no instituto.

*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria.

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