Redução de cadeiras inflaciona eleição em Nova Iguaçu

Nelson Bornier tem contado com o pronto atendimento do presidente da Câmara, Maurício Moraes, um fiel escudeiro

“Mercado” já está agitado na periferia do município

Se todos os 583.636 eleitores aptos a votar no município de Nova Iguaçu decidirem comparecer às urnas no dia 2 de outubro e fizerem o voto nominal para vereador, o quociente eleitoral vai ficar em 34,3 mil, o que equivale a dizer que um partido deverá ter este total de votos para ocupar uma cadeira na Câmara Municipal, que a partir do dia 1º de janeiro de 2017 passará a ter apenas 17 membros, uma redução de 12 cadeiras. Classificado como “suicídio” por boa parte dos vereadores, o corte de 29 para 17 teria sido encomendado pelo prefeito Nelson Bornier (PMDB), como maneira de encarecer a eleição, dificultar as coisas para os candidatos com menor poder aquisitivo e beneficiar um bloco formado por parlamentares do seu partido e legendas coligadas, garantindo assim a reeleição de nove vereadores mais chegados a ele.

Esta é a opinião de boa parte dos presidentes de partidos, que entendem que, adotando uma postura arrogante, Bornier acredita não ter adversário a altura e já se imagina governando por mais quatro anos e com 12 vereadores a menos. “Não há dúvida que o prefeito mandou e os vereadores colocaram a cabeça na guilhotina. Creio que o quociente poderá ficar em torno de 25 mil porque o total de votos válidos não deverá passar de 420 mil, mas ainda assim será uma eleição muito difícil e cara. Já havia sido aprovado um corte para 21 cadeiras e agora cortou-se mais quatro por conveniência de Bornier, que manda muito na Câmara e se mostra mesmo como senhor da vontade da maioria dos membros da Casa, inclusive do presidente (Maurício Moraes)”, disse ontem o presidente de uma legenda aliada preocupado com o que pode acontecer no dia 2 de outubro.

De acordo com as regras eleitorais, um candidato a vereador em Nova Iguaçu poderá gastar na campanha R$ 130.571,00 no máximo e contratar 427 pessoas para trabalhar, limites que dificultam ainda mais as coisas. “A regra está ai, mas duvido que seja cumprida. Quem tem dinheiro vai gastar muito além e declarar só o que está estabelecido como teto. Está é a realidade e quem disser que não será assim está mentindo. Por mais que a fiscalização esteja atenta o limite será ultrapassado em muito, pois tem candidato preparado para gastar R$ 2 milhões nesta campanha”, completa.

Envie seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.