Eleição suplementar em Itatiaia: Manobras de ex-prefeito são “tiros n’água” e o pleito vai acontecer goste ele ou não

● Elizeu Pires

Agindo como se fosse dono do município, Eduardo Guedes fez de tudo para estender as gestões interinas de membros do seu grupo

Utilizando artifícios jurídicos desde o ano passado para tentar emplacar um terceiro  mandato consecutivo e, de quebra, manter seus aliados políticos no poder sem a legitimidade do voto popular, o ex-prefeito de Itatiaia, Eduardo Guedes conseguiu tumultuar a cidade por mais de um ano. Entretanto, na semana passada, as  manifestações do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro (TRE RJ) indicaram que Dudu não vai reaver seu objeto de desejo, a “caneta de ouro” de Itatiaia, e ainda deram um recado: se o grupo de Guedes quiser continuar comandando a cidade do Sul Fluminense, terá que encarar as urnas na eleição suplementar do dia 13 de março, pois no estado democrático de direito não há caminho diferente para vencer uma disputa eleitoral.

Em Brasília, o ministro Ricardo Lewandowski, relator de um recurso de um recurso de Dudu, rechaçou o que parecia ser mais uma artimanha do político. O magistrado negou provimento ao recurso do processo do terceiro mandato por causa de uma segunda impugnação de Guedes, relativa a irregularidades no Demonstrativo de Regularidades de Atos Partidários (DRAP), que indeferiu a chapa majoritária  composta por Dudu e pelo vice Sebastião Mantovani, o Jabá, em 2020.

As irregularidades ocorreram na convenção do PSL, partido de Jabá, evento marcado por assinaturas de filiados que não compareceram à convenção e, inclusive, a falsificação da assinatura de uma filiada já falecida. Fraude confessada por Jabá em um acordo com o MP. Lewandowski entendeu que a condenação no processo do DRAP, que não cabe recurso no STF por não ser matéria constitucional, torna inócuo o recurso de Dudu.

Ainda na semana passada o colegiado do TRE aprovou um ato do presidente da corte instituindo uma comissão de auditoria para a eleição suplementar de Itatiaia. O que, na prática, é um indicativo de que a corte não irá ceder ao uma segunda investida do grupo de Dudu para tentar melar a eleição em nome da Covid-19.

Nos últimos dias, o TRE recebeu diversas denúncias de suposta manipulação dos números da pandemia no município com artimanha do grupo de Guedes para esticar o mandato do atual interino, Thiago Moreira, o Thiaguinho, considerado “o menino de ouro” de Dudu. Em 2021, a segunda onda da Covid 19 foi o argumento usado para suspensão da primeira tentativa de eleição suplementar em Itatiaia, então marcada para o mês de abril.

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