● Dr. Henrique Paes
Quem vive na Baixada Fluminense sabe quanto ela é procurada em períodos pré-eleitorais e eleitorais. Por qual razão isso acontece só nessas épocas? Será que o mais importante é a quantidade de votos concentrados nela e não no restante dos anos? Quem tiver as respostas entenderá o que elas dizem.
A cada quatro anos surgem os candidatos que não conhecem a região. Como cegos, caminham guiados por cabos eleitorais. Cumprem uma agenda aqui e outra ali. Um turismo eleitoral. Levam com eles as fotos e depois somem. Somem quando perdem e até ganhando.
Se para o “santo da casa” é difícil fazer milagres, para “o santo de fora” é mais complicado. Essa é uma sabedoria popular passada de geração para geração.
Não critico quem procura a Baixada. É função do candidato. Mas aquele que tem compromisso afetivo e político. Quem tem uma história com a região. Aquele que perdendo ou ganhando continuará defensor da Baixada. Aquele que com ou sem mandato tem a sua vida e história vinculada à região.
Numa sociedade pós-pandemia, a escolha dos representantes se torna mais que uma questão ideológica. É uma estratégia para equacionar a representatividade regional, considerando que a região, contando com mais representantes qualificados, será a que terá mais força política. Se isso estiver aliado ao fato de que uma voz nova possa se somar no grito de alerta e de atenção para a região, consequentemente a representatividade da Baixada terá um salto e será colocada à altura do que merece.
A representatividade de uma localidade no Congresso Nacional, assim como em uma assembleia legislativa, é um misto de força política dos seus representantes com a capacidade que eles têm de amar, de defender, de lutar e de buscar por seu desenvolvimento. Para isso é fundamental que se tenha vínculos e compromissos com a Baixada. Que não seja apenas fruto de um interesse eleitoral.
*Henrique Paes é médico e empresário