Bornier vai enfrentar a fúria dos excluídos

Na convenção que homologou sua candidatura e o seu bloco de vereadores Nelson Bornier discursou empolgado. A realidade hoje é bem diferente (Foto: Folha de Iguassu)

O prefeito de Nova Iguaçu encomendou redução de vagas na Câmara de Vereadores e os que foram na onda dele morreram afogados. Inclusive quem apresentou a proposta

Marcelo Fernandes Moreira – ex-Marcelinho das Crianças e agora Marcelinho do Trem – deve estar chutando as paredes. Membro do bloco de sustentação do prefeito Nelson Bornier na Câmara de Nova Iguaçu, ele apresentou um projeto reduzindo para 17 o número de vagas na Casa. A encomenda foi entregue e aprovada em plenário. Com isto Marcelo e outros 20 vereadores da atual legislatura não retornarão em janeiro, pois morreram afogados na onda de Bornier, que, segundo a maioria dos membros da Casa, é o verdadeiro dono da ideia. Agora, boa parte deles pretende dar o troco, apoiando no segundo turno o candidato do PR, Rogério Lisboa, que teve 26 mil votos a mais que o atual prefeito na primeira fase da eleição. Quanto ao “autor” da façanha, que em 2012, quando foram eleitos 29 vereadores teve 3.205 votos e conseguiu uma cadeira pelo PTN, vai ter pelo menos quatro anos para se arrepender, pois somou apenas 2.125 votos dessa vez, o que não lhe permite nem sonhar com um segundo mandato, pois acabou como nono suplente em sua coligação que elegeu cinco.

Em menos de dois anos foram feitas duas alterações na formação da Câmara. A primeira (de 29 para 21 cadeiras) foi proposta em 2014 pelo vereador Carlos Ferreira (PT), que este ano candidatou-se a vice-prefeito na chapa de Rogério. Em julho foi votada a segunda redução (21 para 17),  passando para 12 a menos que na eleição de 2012. A alegação era de que a medida reduziria os gastos do Legislativo, o que não é verdade, pois os repasses são feitos de acordo com a receita do município e não pela composição da Casa. Na verdade, quanto menor o número de cadeiras, maior é o volume de dinheiro para gastar com assessorias e manutenção da Câmara. No caso de Nova Iguaçu, a Câmara recebe atualmente (com 29 membros) 4,5% do orçamento da Prefeitura e vai continuar com o mesmo índice nos próximos quatro anos. Na época o vereador Carlos Eduardo Moreira, o Carlinhos Presidente (que não conseguiu renovar o mandato) afirmou: “A redução ou o aumento de parlamentares não diminui os gastos da Câmara, pois o repasse é de 4,5% do orçamento anual. Essa manobra foi só para beneficiar o ‘blocão’ do PMDB e diminuir a representação das regiões da cidade na Câmara, tirando assim as chances dos pré-candidatos com menor poder aquisitivo”.

Antes da segunda proposta os membros da Casa tinham firmado um acordo para manter 21 cadeiras, um documento que foi assinado por 10 parlamentares, mas e pelo menos um deles roeu a corda e ainda zombou dos colegas: “Se eu perder a eleição nesse bloco com nove vagas eu não vou ganhar de ninguém…” Perdeu. Arthur Fabiano Lima de Andrade, o Arthur Legal (PSL), foi eleito pelo em 2012 com 2.560 votos e até ampliou a votação este ano. Teve 3.664 votos é o oitavo suplente da coligação PMDB-PTB-PV-PSL, que ficou muito distante dos nove vereadores que prefeito Nelson Bornier e os que apoiaram a redução achavam que seriam reeleitos.

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