Processo por compra de votos pode abrir vagas para suplentes

Os vereadores Romacartt, KIlinho e Pitiquinho estão em maus lençóis. Se a Justiça determinar eles perderam o novo mandato, abrindo vagas para os primeiros suplentes de seus partidos

Futuro mandato de vereadores de Saquarema estão por um fio

Cumprindo o primeiro mandato de vereador, o presidente da Câmara de Saquarema, Romacartt Azeredo de Souza (PMDB) foi reeleito com 1.440 votos, mas nada garante que ele venha a exercer o segundo. Em situação semelhante estão o vice-presidente da Casa, Vanildo Siqueira da Silva, o Kilinho (PP) e Guilherme Ferreira de Oliveira (PSB), conhecido como Pitiquinho. É que eles são investigados em inquérito que apura um grande esquema de corrupção eleitoral, no qual está também envolvido o vereador Paulo Renato Teixeira Ribeiro (PMDB), que somou 1.209 votos, mas teve a votação computada em separado, por ter concorrido com o registro indeferido. Os quatro foram presos na última terça-feira pela Polícia Federal, por determinação do juízo da 62ª Zona Eleitoral de Saquarema, junto com o pai de Pitiquinho, o candidato a prefeito pelo PMDB e ex-chefe de gabinete do deputado estadual Paulo Melo, Hamilton Nunes de Oliveira, o Pitico.

De acordo com o que foi apurado até agora, os investigados realizavam boca de urna e trocavam votos por medicamentos e combustível para veículos, distribuição atestados médicos e receitas controladas em branco.  “Nossos trabalhos começaram em meados de setembro, mais precisamente no dia 13 do mesmo mês, quando fomos acionados pelo Ministério Público de Saquarema que já tinha várias denúncias de irregularidades nesse âmbito. A partir do momento em que o MP não teve mais recursos para tocar as investigações, a gente passou a participar e constatamos que esse grupo já estava em uma velocidade incrível em suas ações criminosas. Tanto é que eram diversos crimes já cometidos, como associação criminosa, corrupção eleitoral, transporte irregular, fornecimento de atestado médico falso e fornecimento de receituários médicos controlados pela Anvisa. Todos responderão por esses crimes e podem pegar uma pena bastante dura, se somados todos os crimes”, disse chefe da Delegacia de Polícia Federal de Niterói, Elias Escobar.

Além dos mandatos de prisão temporária foram expedidas ordens de condução coercitiva para sete pessoas, entre elas médicos, assessores e um pastor evangélico que ainda não havia sido encontrado. Segundo o delegado federal Daniel França, que coordenou a operação, o pastor atuava recebendo um dos políticos para acertar encontros com os fiéis durante os cultos em sua igreja. “E nisso ele aproveitava para se aproximar dos fiéis. O plano era definir os detalhes com esse líder religioso e, posteriormente, ir até um culto para ter um contato com os frequentadores da igreja onde ele, provavelmente, ofereceria benefícios irregulares em troca de votos”, explicou.

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