Investigação de ‘rachadinha’ causa preocupação na Câmara de Vereadores de Angra dos Reis que já viveu situação semelhante

● Elizeu Pires

Em 2017 o ex-presidente da Câmara de Angra dos Reis, José Antonio Azevedo Gomes foi acusado de peculato pelo Ministério Público. A denúncia era de desvio de recurso público através de assessores que, segundo o MP, atuavam no escritório de advocacia da esposa dele, Christiane Salomão, que também tinha cargo de confiança na Câmara, onde atuou como secretária da presidência da Casa. Ainda de acordo uma ação ajuizada pela Promotoria de Justiça na 1ª Vara Criminal, ele nomeou também o noivo de uma enteada, e a babá dos filhos dele. Isso, apontou o MP, ocorreu entre 2008 e 2016.

Agora, passados cinco anos desde a denúncia contra José Antonio, a Câmara de Vereadores de Angra dos Reis volta ao olho do furacão. Desta vez a denúncia é contra a vereadora a Gabriella Carneiro (PP), mais conhecida na cidade como Gab Greg. Na última quinta-feira (25), ela foi alvo de uma operação de busca e apreensão realizada por agentes da 166ª Delegacia Policial, visando apreender telefones celulares e outros equipamentos. A busca se deu no âmbito de um inquérito aberto para apurar supostas práticas de peculato e porte ilegal de arma de fogo.

A operação se deu após manifestação favorável do Ministério Público, através da promotora Carolina Motta da Cunha Gonçalves Wienskoski. A partir disso a Polícia Civil pediu autorização para fazer a operação e a Justiça concedeu. Pelo que foi apurado até agora, Gabriela, seu marido, o policial militar Greguy Duarte, e o chefe do gabinete dela, André Mota Gonçalves, teriam passado a exigir – desde o ano passado – o repasse de parte do salário dos funcionários do gabinete, prática conhecida como ‘rachadinha’.

Após a operação policial vários vídeos passaram a ser veiculados nas redes sociais, conteúdos que teriam deixado algumas figuras ligadas ao poder público local preocupadas. A maior preocupação é quanto o que poderá ser encontrado nos aparelhos telefônicos apreendidos, e de que as investigações possam atingir mais pessoas.

*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria.

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