Feitiço vira contra o feiticeiro em Silva Jardim

Roni (centro), Binho, Marcilene e Flávio também terão de responder se a proposta for mesmo de moralização

Presidente da Câmara quer cassar adversária para deixar o caminho livre no futuro, mas responderá pela mesma acusação feita contra ela, assim como mais três vereadores

Acostumado a acatar ordens do patrão numa rede de drogarias, o presidente da Câmara de Vereadores de Silva Jardim, Roni Luiz Pereira, o Roni da Farmácia, o obedece também no Poder Legislativo. O chefe de Roni na iniciativa privada é o prefeito Anderson Alexandre, que mandou e ele está tentando cassar o mandato da vereadora Zilmara Brandão da Silva, que este ano disputou a Prefeitura pelo PR e ficou em segundo lugar. Contra ela está tramitando, a toque de caixa, um processo de cassação por prática de nepotismo, mas o presidente da Casa – que também terá de responder pela mesma ilegalidade – está ignorando práticas idênticas, envolvendo pelo menos outros três membros da Casa. De acordo com o grupo da vereadora, o interesse de Anderson Alexandre e de seu funcionário em cassar Zilmara faltando pouco mais de um mês para ela deixar a Câmara, é torná-la inelegível por oito anos, deixando-a fora do páreo em 2020, quando o patrão pretenderia lançar o empregado à sua sucessão.

Baseado em denúncia protocolada por um aliado do governo, o presidente da Câmara pôs em votação a abertura de uma comissão de inquérito para apurar a prática de nepotismo a partir da nomeação, em 2013, de Anderson Douglas Xavier, marido de Zilmara, como chefe de gabinete, esquecendo que a autoridade nominante é o presidente da Casa e não a vereadora. Como o processo de cassação está em andamento, uma denúncia foi protocolada também contra Roni, pedindo que os vereadores cassem o mandato dele, já que foi ele quem assinou a nomeação de Douglas e não a vereadora.

Se o propósito da mesa diretora da Câmara de Vereadores for mesmo o de moralizar a administração da Casa, Roni da Farmácia terá de acatar também outras três denúncias de pratica de nepotismo apresentadas contra a vereadora Marcilene Mendonça Xavier e os vereadores Flávio Eduardo da Costa Brito e Webster dos Santos Barcelos. Marcilene é apontada como responsável pela nomeação do marido, Noemio Braga Xavier também para uma chefia de gabinete, enquanto Flávio é acusado pela nomeação de uma irmã, Flávia Daniela da Costa Brito para o cargo de procurador, caso que já lhe rende uma ação judicial. Em relação a Webister, conhecido na cidade como Binho da Agricultura, ele teria usado o mandato de vereador para conseguir dois empregos para o sogro, o primeiro como subsecretário de Indústria e Comércio e depois como subsecretário de Turismo.

 

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