Escolha de Washington Reis como vice pode ter sido “tiro no pé” do governador, comenta-se no ambientes políticos fluminenses

● Elizeu Pires

A “República de Caxias” está em festa desde a noite de terça-feira (28), quando já se sabia que o governador Claudio Castro (PL) anunciaria o nome do ex-prefeito Washington Reis (MDB) como companheiro de chapa, o que se confirmou na manhã de ontem (29). Porém, tem muita gente no Palácio Guanabara com a “pulga atrás da orelha”, pois essa aliança, entende gente próxima a Castro, “pode custar muito caro ao estado, se não ao próprio governador”.

Na tarde de ontem um figurão da política externava sua preocupação: “as próximas edições do diário oficial deverão vir recheadas de nomes impostos pelos Reis, mas no futuro a coisa pode ficar ainda pior, pois a fome de poder desse homem (WR) é enorme, o que pode ameaçar, inclusive a cadeira do governador, que pode ter dado um tiro de escopeta no próprio pé”.

Na verdade, se dependesse dos verdadeiros amigos do governador, a escolha seria outra de menor risco e de maior ajuda. Para os que realmente são leais a Castro, o ex-prefeito de Duque de Caxias é uma ameaça, e não um aliado. Pede muito, oferece pouco e não somaria nem em seu próprio quintal, pois, se admirado por prefeitos do interior, na Baixada Fluminense é visto como desagregador.

Quem frequenta os ambientes políticos da Baixada sabe que nomes de peso na região correm dele como o diabo foge da cruz, exatamente pela mania que o hoje ex-prefeito tem de se achar superior aos demais políticos da área. É por essas e outras que quem conhece do riscado diz que se a escolha de Castro visou os eleitores da região que Reis costuma dizer que domina, o tiro pode ter acertado os dois pés, porque ele não é benquisto por lá.

“Qualquer outro nome da Baixada custaria menos que Washington e somaria mais. Isso sem falar a situação jurídica dele. Há uma condenação que foi confirmada pelo STF no dia 16 de março de 2021. A sentença só não foi executada ainda por a 2ª Turma vem retardando o julgamento de um embargo meramente procrastinatório, um recurso que não tem o condão de mudar a sentença. Se a candidatura dele for registrada estará se confirmando o que sempre se escuta nas ruas: a justiça não é para todos”, disse ao elizeupires.com o peixe grande da política fluminense.

Comentários:

Envie seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.