Quanto Custa a Câmara de Queimados, um poder considerado por lá como “caro e supérfluo”?

● Elizeu Pires

A Casa comandada pelo presidente Nilton Moreira, para observadores locais, está mais para uma extensão do governo de Glauco Kaizer que para um poder independente

Dizem lá pelas bandas de Queimados, município carente da Baixada Fluminense, que para ser considerada ruim a gestão do prefeito Glauco Kaizer (Solidariedade) tem de melhorar muito. Entretanto, a julgar pela complacência da Câmara de Vereadores, os 17 membros da Casa devem estar muito contentes com o governo, talvez pelos cargos ocupados por indicados deles, ou sabe-se lá o que mais, uma vez que não dão um passo sequer no sentido de fiscalizar uma administração nada transparente, e não fazem um questionamento sequer sobre os contratos não disponibilizados ao controle social e as adesões de atas de registros de preços, manobra que tem sido feitas com frequência para evitar a abertura de processos licitatórios.

No ano passado, pelo que está no sistema que mostra a receita da Casa, em 2021 as transferências feitas pela Prefeitura somaram R$ 4.445 milhões, mas os gastos do Legislativo não são nada claros. Para exercício deste ano o orçamento do Legislativo é de R$ 55 milhões. O sistema mostra a entrada de R$ 28,5 milhões até 11 de junho, muito dinheiro para um órgão que, reclamam por lá, deixa muito a desejar quando se trata de fiscalizar os atos da administração municipal.

“Puxadinho do governo” – A Câmara de Queimados é tão omissa em relação ao governo que há muito deixou de ser vista pelos observadores mais atentos como poder independente, passando a ser considerada como uma espécie de extensão da Prefeitura, um “puxadinho” da administração municipal, uma omissão que seria retribuída com cargos no governo.

Gente do próprio governo deixa escapar que cada vereador teria recebido o direito de nomear até 10 indicados em cargos na administração municipal, mas esse teto não seria igual para todos. Dizem por lá que a quantidade dependeria do “tamanho” do defensor do prefeito na Casa, podendo variar entre 20 e 30 indicados.

Distribuição condenada – A distribuição de cargos para vereadores é vista como normal no meio político, e quem a pratica diz que é para garantir a governabilidade, coisa que o hoje prefeito criticava no passado, posicionando-se, inclusive, nas redes sociais.

No dia 2 de maio, por exemplo, o prefeito Glauco Kaizer se pronunciou assim em sua no Twitter: “Uma Câmara de Vereadores leniente, somada a aliados políticos que só sabem concordar, torna fraco e frágil qualquer governo”.

Atualmente Glauco deve estar muito contente com os “aliados políticos que só sabem concordar”.

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