Réu em ação ajuizada pelo Ministério Público, ex-prefeito de Seropédica comprava carne bovina e frango em papelaria

● Elizeu Pires

Darci dos Anjos ficou em uma situação nada confortável

Denunciado à Justiça pelo Ministério Público na semana passada em ação que cobra o ressarcimento aos cofres da municipalidade de mais de R$ 500 mil, o ex-prefeito de Seropédica, Darci do Anjos Lopes, teve uma gestão marcada por várias situações esquisitas, entre elas a compra de carne bovina e frango em uma papelaria. Em 2015 o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) determinou que ele devolvesse R$ 131.272,72 por conta de superfaturamento na compra de gêneros alimentícios para a merenda escolar.

No mesmo processo ele foi multado em R$ 8.135,70 por não responder a questionamentos feitos pela corte de contas sobre a compra de 54 toneladas de carne bovina (patinho) e 89 toneladas de frango (coxa e sobrecoxa), alimentos adquiridos junto à Luluquinha Papelaria, Processamento de Dados, Material de Limpeza e Bazar Ltda, contratada pela Prefeitura em 2008, para fornecer alimentos aos alunos da rede municipal, pelo total de R$ 1.470.770,00.

Na ação movida na semana passada o MP cita ainda sócios de quatro empresas contratadas pelo município na gestão de Darci, e a ex-pregoeira e ex-secretária de Suprimentos, Mariza de Freitas Pereira. Na representação a Promotoria denuncia a formação de “um conluio de empresas para fraudar e ganhar licitações entre 2008 e 2009 para a venda de material escolar”. Entre os itens superfaturados, apontou o MP, estava a caixa de canetas pretas. 70% mais cara.

Pendurado – Em abril de 2015 Darci já estava em situação difícil junto ao Tribunal de Contas, com débitos de  cerca de R$ 3 milhões com os cofres públicos em ressarcimentos a fazer, quando tomou mais uma pancada do TCE-RJ. De acordo com o que foi apurado pelo Tribunal de Contas, em fevereiro de 2008 o quilo do patinho custava, no varejo, R$ 8,71, mas a Prefeitura pagou R$ 9,16 no atacado e o quilo da carne de franco (coxa e sobrecoxa), que era vendido R$ 4,69 no varejo saiu a R$ 5,41 para o município para uma compra de 89 mil quilos.

Essa condenação somou a outra imposta a ele em outubro de 2014 pela corte de contas. O TCE-RJ decidiu que Darci ele teria que devolver R$ 2.223.924,50 aos cofres da Prefeitura, por pagamentos irregulares feitos à Cooperativa Multiproof, contratada para fornecer mão de obra para a rede municipal de ensino.

No mesmo mês ele tinha sido condenado ressarcir a municipalidade em R$ 530.132,46, também por pagamentos indevidos, feitos entre março e setembro de 2010 em favor da empresa Locser Locação de Máquinas, contratada para fazer o transporte dos alunos da rede municipal de ensino.

*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria.

Envie seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.