“Fichas sujas” no poder na Região dos Lagos

Chiquinho canta de galo em Araruama e Antonio Peres é o bam-bam-bam do município de Saquarema

Chiquinho manda em Araruama e Peres dá as cartas em Saquarema

Com condenações pela Justiça e contas de gestão reprovadas, o ex-prefeito de Araruama, Francisco Carlos Fernandes Ribeiro, o Chiquinho da Educação, está inelegível pelo menos até 2021 e – pelo seu enquadramento no que diz a Lei da Ficha Limpa – pode ser chamado de “ficha suja”. Entretanto, mesmo impedido de disputar as eleições do ano passado, ele é apontado como o prefeito de fato da cidade, que, pelo menos no papel, é governada por sua mulher, a prefeita eleita, Lívia Soares Bello da Silva, a Lívia de Chiquinho (PDT). De acordo com servidores lotados na sede da administração municipal, embora não esteja nomeado em nenhum cargo, Chiquinho tem despachado como se governante fosse, dando as ordens quando, pela sua delicada situação jurídica, não deveria passar nem na porta da Prefeitura. A 22,7 quilômetros dali, Saquarema vive o mesmo quadro político, com uma prefeita de direito e um prefeito de fato: Antonio Peres, também inelegível por ser considerado “ficha suja” pela mesma lei que enquadra Chiquinho, foi nomeado secretário de Governo pela esposa, Manoela Ramos de Souza Gomes Alves (PTN).

No caso de Chiquinho ele nem tentou concorrer. Logo de cara indicou a esposa e antes mesmo de a campanha começar passou a divulgar na cidade o seguinte slogan: “Vota nela que eu volto”. E não é que ele voltou!

Já Antonio Peres lançou seu nome, foi aprovado em convenção e até colocou o bloco na rua. Porém, barrado pela Justiça, substitui-se pela esposa faltando cerca de um mês para o pleito de outubro e conseguiu seu intento. Impedido de assumir qualquer cargo por força de uma lei municipal, não perdeu tempo: mandou e Manoela encomendou à Câmara de Vereadores a derrubada do impedimento e na última sexta-feira nomeou o marido para a Secretaria de Governo, que passou a ser um super órgão, com força sobre todos os demais setores.

“Ninguém compra nada ou contrata ninguém sem o crivo do Peres. Se a Secretaria de Educação precisar de uma resma de papel tem de pedir autorização dele. Quem manda em Saquarema é o ex-prefeito e não a prefeita eleita”, afirmam pessoas ligadas à nova gestão.

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