O deputado da sua região vota contra ou a favor do meio ambiente?

Descubra no Ruralômetro, uma plataforma que ajuda eleitor a conhecer o perfil dos políticos

Mais de 75% dos deputados federais das regiões Sul, Norte e Centro-Oeste são antiambientais, segundo o Ruralômetro, plataforma que ajuda eleitor a conhecer o perfil dos políticos. A cada 3 deputados federais, 2 atuam contra o meio ambiente, os indígenas e os trabalhadores rurais, segundo a ferramenta de monitoramento da Câmara dos Deputados desenvolvida pela Repórter Brasil. Mas como vota o deputado da sua região ou do seu estado?

Segundo a plataforma, mais de 75% dos deputados das regiões Sul, Norte e Centro-Oeste trabalham para prejudicar o meio ambiente e os povos do campo na atual legislatura. No Sudeste, este índice é de 71%, enquanto no Nordeste a taxa é de 62%. As informações são consultadas de forma simples, rápida e gratuita, e podem ajudar os eleitores a escolher seus candidatos nas eleições deste ano.

O interessado em saber como votaram os deputados do seu estado podem escolher a sua Unidade da Federação e considerar como mal avaliados todos aqueles que aparecem com a “febre ruralista” (indicados na plataforma com as cores amarelo, laranja e vermelho). Ao visualizar a plataforma pelo computador, é possível comparar os deputados entre si e também verificar o desempenho de cada partido (quanto mais à direita, pior o desempenho de um partido). Já na versão mobile, a plataforma mostra o ranking dos deputados, do pior para o melhor do ponto de vista socioambiental.

Para classificar o desempenho de cada político, o Ruralômetro convidou 22 organizações socioambientais, que avaliaram 28 votações nominais e 485 projetos de lei sobre temas como: acesso a benefícios sociais, legislação trabalhista, fiscalização ambiental, economia sustentável, proteção a indígenas e quilombolas, dentre outros. Os deputados foram classificados em uma escala de 36° C a 42 °C, equivalente à temperatura corporal. Os mal-avaliados estão com temperatura a partir de 37,4° C (sinal de “febre ruralista”).

A febre ruralista por região – Deputados federais de Amazonas e Roraima tiveram as piores atuações para o meio ambiente e os povos tradicionais na região Norte do país entre 2019 e 2022. Os dois estados têm 88% dos parlamentares mal-avaliados no Ruralômetro 2022.

Os cinco deputados do Norte com a pior avaliação são: Lucio Mosquini (MDB-RO); Delegado Éder Mauro (PL-PA); Nicoletti (União-RR); Capitão Alberto Neto (PL-AM); e Hiran Gonçalves (PP-RR).

Além de liderarem as piores avaliações da região, Mosquini, Mauro e Nicoletti também estão entre os 5 deputados pior avaliados de todo o país. Os três apresentaram 11 projetos de lei considerados desfavoráveis, segundo avaliações de organizações especializadas em temas sociais, ambientais e trabalhistas.

Piauí e Paraíba têm a pior avaliação da região Nordeste no Ruralômetro 2022. Segundo a ferramenta, 78% e 75% dos deputados federais desses estados, respectivamente, têm a febre ruralista.

Os cinco deputados com a pior avaliação da região são: Tito (Avante-BA); Heitor Freire (União-CE); André Ferreira (PL-PE); José Rocha (União-BA); e General Girão (PL-RN).

Entre 2019 e 2022, Ferreira, Rocha e Girão não apresentaram nenhum projeto de lei com impacto sobre a área ambiental, indígenas e trabalhadores rurais. Enquanto os ruralistas Tito e Freire apresentaram uma proposta cada, ambas negativas.

Na região Centro-Oeste, deputados federais do Mato Grosso e de Goiás foram os que mais votaram medidas contra o meio ambiente, com 88% e 82%, respectivamente, dos parlamentares mal-avaliados pelo Ruralômetro 2022.  Os cinco deputados com a pior avaliação na região são: Nelson Barbudo (PL-MT); Vitor Hugo (PL-GO); José Medeiros (PL-MT); Delegado Waldir (União-GO); e Bia Kicis (PL-DF).

Além de liderar o ranking regional, Nelson Barbudo é também o pior deputado federal avaliado pelo Ruralômetro 2022 em todo o país. O político está em seu primeiro mandato e representa a “nova direita” no Congresso. Ele apresentou ao menos oito projetos de lei que impactam negativamente o meio ambiente, além de ter infração ambiental de R$ 25 mil. Todas as informações podem ser conferidas no Ruralômetro.

O Rio de Janeiro tem 76% dos deputados federais com a febre ruralista, sendo o estado com a pior avaliação da região Sudeste no Ruralômetro 2022. Em Minas Gerais, a porcentagem não é muito diferente, com 71% dos deputados mal avaliados.  Os cinco deputados com a pior avaliação da região são: Major Fabiana (PL-RJ); Capitão Derrite (PL-SP); Pinheirinho (PP-MG); Junio Amaral (PL-MG); e Chris Tonietto (PL-RJ).

Fabiana, pior avaliada do Sudeste, também está no top 10 do ranking geral de mal-avaliados, em 9º no país. De 21 votações, a deputada votou a favor do meio ambiente, indígenas e trabalhadores rurais apenas 2 vezes. No que diz respeito a autoria de projetos de lei, Major Fabiana é uma das autoras do PL 3319/2020, que pode servir para criminalizar movimentos sociais.

Santa Catarina lidera tanto o ranking regional quanto o nacional entre os pior avaliados no Ruralômetro 2022, com 94% de seus deputados federais votando contra o meio ambiente e os povos tradicionais na atual legislatura. Em segundo lugar no Sul do país está o Paraná, com 74% dos parlamentares mal-pontuados.

Os cinco deputados com a pior avaliação na região são: Caroline De Toni (PL-SC); Alceu Moreira (MDB-RS); Luiz Nishimori (PSD-PR); Sanderson (PL-RS) e Filipe Barros (PL-PR).  Estreante na Câmara, Toni votou 25 vezes contra o meio ambiente e os povos do campo, o que a colocou como a 7ª deputada mais antiambiental do país. Moreira, em seu terceiro mandato, apresentou três projetos de lei desfavoráveis ao meio ambiente, como o PL 364/2019, que fragiliza a legislação que protege os campos de altitude no Sul do país, segundo organizações socioambientais.

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