Inclusão de Magé na distribuição especial dos royalties do petróleo põe o município na mira de políticos de fora

● Elizeu Pires

Há quem diga que o lançamento de uma irmã do então prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, na disputa pela Prefeitura de Magé em 2020 teria sido uma linha auxiliar na campanha de Renato Cozzolino Harb, que venceu a eleição. Se foi isso mesmo Reis pode ser visto como aliado até o momento, mas a coisa – pelo que já se comenta em ambientes políticos da Baixada Fluminense – poderá ser bem diferente em 2024, com a família Reis levando mais a sério a disputa, isso pelo fato de o município que o “rei” dos Reis vê como extensão do quintal de sua casa ter sido incluído, por decisão judicial, na participação especial dos royalties do petróleo.

Para se ter ideia da evolução financeira de Magé com a tal participação, só no mês passado a Agência Nacional do Petróleo (ANP) transferiu cerca de R$ 230 milhões aos cofres da administração municipal. Foram R$ 29.529.507,05 com base na Lei 9478/97, e R$ 13.254.429,03 pela Lei 7990/89, um total de R$ 42.783.936,08. Somam-se a isso os R$ 186.499.130,66 da participação especial que entrou nas contas da Prefeitura no dia 19 de agosto, e chega-se ao total de R$ 229.283.07574, R$ 153,3 milhões a mais que o total recebido durante todo o ano de 2021.

O volume recebido por Magé durante o mês de agosto de 2022 chama mais a atenção quando comparado com os valores mensais do ano passado, quando as transferências da ANP somaram R$ 4.124.084,20 em janeiro, R$ 4.516.853,16 em fevereiro, R$ 5.995.168,63 em março, R$ 2.483.028,49 em abril, R$ 6.733.925,54 em maio, R$ 6.731.214,25 em junho, R$ 6.948.279,75 em julho, R$ 6.991.304,39 em agosto e R$ 7.525.652,71 em setembro. No mês de outubro a entrada foi de R$ 7.555.831,26, R$ R$ 8.613.148,66 em novembro e R$ R$ 7.713.351,26 em dezembro

O interesse de Washington por Magé é antigo, mas o “amor”” pelo município que faz fronteira com Duque de Caxias por Piabetá teria registrado um aumento tão repentino quanto o do volume dos repasses da ANP. “Não será surpresa se ele optar por lançar alguém do seu grupo também em Guapimirim, mas o interesse maior é por Magé, exatamente pelo portão de entrada que ele acha ser a localidade de Piabetá”, analisa um observador mais atento, alertando que haveria mais políticos de fora dispostos a disputar o poder em Magé.

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