Caxias cobra abertura de “caixa-preta” da Câmara de Vereadores

Gastos da Casa com assessores e fornecedores não estão disponíveis para o controle social

O presidente da Câmara de Vereadores de Duque de Caxias, Sandro Lelis, poderá ser obrigado pela Justiça a abrir a “caixa-preta” das contas da Casa para tornar público quantos ocupantes de cargos de assessoria existem, em quais gabinetes estão lotados e quanto eles recebem de salário. Pelo menos é isso que representantes da sociedade local pretendem pedir em representação que deverá ser encaminhada ao Ministério Público, alegando que os gastos do Poder Legislativo com pessoal não estão disponíveis de forma clara no Portal da Transparência, assim como as despesas com fornecedores e prestadores de serviços. A iniciativa foi despertada pela notícia veiculada pelo jornal Extra de que parentes do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira Mar, estavam nomeados como assessores na Casa que, segundo estimativas, estaria gastando mais de R$ 50 milhões por ano, sendo o Legislativo mais caro da Baixada Fluminense.

Nesta quinta-feira Sandro Lelis afirmou ter exonerado três assessoras do vereador Ailton Abreu Nascimento, o Chiquinho Caipira, todas parentes do traficante. Segundo foi revelado, pelo menos nove parentes do homem que é apontado como maior atacadista de cocaína do Brasil – e que continuaria comandando operações criminosas de dentro do presídio federal de Porto Velho, onde cumpre pena – receberam salários da Câmara de Duque de Caxias entre 2012 e abril deste ano.

Sobre as nomeações Lelis afirmou que elas são de responsabilidade dos vereadores, que fazem as indicações e ele, como ordenador de despesas, apenas assina as portarias. Ele disse ainda que vai estabelecer uma norma determinando que todo indicado para cargo comissionado apresente ficha criminal, com uma certidão de nada consta antes de ser nomeado.

Segundo foi revelado, no gabinete de Chiquinho estavam lotadas Edite Alcântara de Moraes (sogra de Beira-Mar), Débora Cristina da Costa Teixeira (irmã) e Thuany Moraes da Costa (filha do traficante), sendo que Chiquinho já havia nomeado no mandato anterior Elisete da Silva Lira, Ryan Guilherme Lira da Costa e Carlos Wilmar Portela.

Na lista de parentes do traficante que receberam salários variando entre R$ 2.500 e R$ 6.800 estão ainda Alessandra da Costa (assessora da então vereadora Margarete da Conceição de Sousa, a Gaete), Nicole Cecília da Silva Monteiro (assessora vereadora Maria Landerleide de Assis Duarte, a Leide Amiga de Caxias) e Jean Júnior da Costa Oliveira.

 

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