“Tem de respeitar o resultado da urna”, disse novo comandante do Exército em recado direto à tropa

● Elizeu Pires

O general Tomás é paulista e tem 62 anos de idade

Até ontem (20) comandante militar do Sudeste, o general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva (foto) foi escolhido hoje (21) como comandante do Exército. Ele substitui o general Júlio Cesar de Arruda, que teria se negado a demitir o tenente-coronel Mauro Cid de um posto de comando em Goiânia. O presidente Lula mandou que Cid fosse exonerado depois de o colunista Rodrigo Rangel do portal de notícias Metrópoles ter revelado que Cid – que foi ajudante de ordem de Jair Bolsonaro – teria operado uma espécie de caixa-2, usando recursos sacados com o cartão corporativo para pagar contas pessoas da primeira-dama Michele Bolsonaro.

A escolha de Tomás Miguel foi confirmada pelo presidente da República três dias após o general ter feito um discurso em defesa da democracia, no qual afirmou que o resultado da urna deve ser respeitado.

Em sua fala – em discurso feito na última quarta-feira (18), diante da tropa formada no quartel-general do Comando Militar do Sudeste (CMSE), em são Paulo, Tomás afirmou que um “terremoto” atingiu recentemente o Brasil. “Esse terremoto não está matando gente, mas está tentando matar a nossa coesão, a nossa hierarquia e a nossa disciplina, o nosso profissionalismo e o orgulho que a gente tem de vestir essa farda. E não vai conseguir”, disse destacando em seguida que “ser militar é ter uma instituição de Estado, apolítica, apartidária; não interessa quem está no comando, a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito. Isso é ser militar”.

Ao encerrar sua fala ele foi direto e claro: “Vamos continuar garantindo a nossa democracia, porque a democracia pressupõe liberdade e garantias individuais e públicas. E é o regime do povo, de alternância de poder. É o voto. E, quando a gente vota, tem de respeitar o resultado da urna”, e para concluir afirmou: “Essa é a mensagem que quero trazer para vocês. Em que pese o turbilhão, o terremoto, o tsunami, nós vamos continuar íntegros, coesos e respeitosos e vamos continuar garantindo a nossa democracia, porque a democracia pressupõe liberdade e garantias individuais e públicas. E é o regime do povo, da alternância de poder. É o voto. E, quando a gente vota, tem de respeitar o resultado da urna. Essa é a convicção que eu tenho, mesmo que a gente não goste do resultado – nem sempre é o que a gente queria. Mas esse é o papel da instituição de Estado, que respeita os valores da Pátria”.

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