Um Chalaça para cada reino

● Elizeu Pires

De quatro em quatro anos os brasileiros vão à urnas eleger seus prefeitos. São mais de cinco mil gestores municipais em todo o país. Muitos, bem intencionados, querem é mostrar serviço. Porém, existem aqueles que gastam verdadeiras fortunas nas campanhas. Estes querem mesmo é se arrumar… Quanto aos bem intencionados, estes acabam se perdendo, separados de suas propostas, desviados do caminho por “colaboradores” que os colocam numa redoma para lhes “proteger” da realidade.

Estou falando dos oportunistas, daqueles vistos como competentes e leais assessores, mas que na verdade passam o tempo evitando que os prefeitos dediquem atenção aos colaboradores de fato, aos que estão no governo realmente para servir e não para se servirem do poder.

Costumo dizer que todo prefeito tem lá o seu Chalaça, apelido do ex-seminarista português Francisco Gomes da Silva, um alcoviteiro e oportunista de marca maior, do qual o rei D. João se cercou até pegá-lo nu ao lado de Carlota Joaquina, externando a traição que sempre exercitou na vida para conseguir os favores que o rei, tão agradecido por seus serviços, lhe dispensava.

Em algumas prefeituras há sempre um Chalaça de plantão espionando os bem intencionados colaboradores, reunindo informações para engendrar seus ardis. Os Chalaças só pensam em levar vantagem, mesmo que tenham que pisar sobre alguém, se esse alguém for leal ao governo e trabalhar pelo coletivo em vez de olhar apenas para próprio umbigo.

Estendi-me até aqui para, humildemente, ensejar que este artigo sirva de alerta para alguns prefeitos da Baixada Fluminense. Em Nova Iguaçu, por exemplo, tem Chalaça atropelando o outro para ver quem derruba o alguém da vez.

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