Anderson Alexandre renuncia amanhã e quer ser deputado

Com as contas no vermelho, problemas com a Justiça e inquéritos do Ministério Público, o prefeito de Silva Jardim, Anderson Alexandre, vai renunciar o mandato amanhã, passando o cargo para a vice-prefeita Maria Dalva Silva do Nascimento, que vai assumir sem saber se conseguirá pagar os salários em dia. O enorme ‘abacaxi’ mudará de mãos em sessão na Câmara de Vereadores e o discurso deverá  ser de otimismo e propaganda positiva do governo, mas os números, guardados em segredo, são desanimadores. Livre dos problemas administrativos, Anderson vai tentar um mandato parlamentar, segundo seus aliados, contando mais com votos de fora do que com os eleitores de sua cidade.

Além de débitos com fornecedores e prestadores de serviços, a vice-prefeita vai ter de administrar um rombo financeiro e tanto, gerado por má gestão e pela queda nos repasses dos royalties feitos mensalmente pela Agência Nacional do Petróleo. A média de transferências esperada para o exercício de 2018 era de, no mínimo, R$ 3,5 milhões por mês, mas as perdas verificadas em 2017 só fizeram aumentar.

O repasse de fevereiro foi de R$ 85.225,47 e no mês passado a ANP transferiu apenas R$ 89.511,54, um balde de água gelada, considerando o ‘volumoso’ R$ 3.287.760,85. “As contas de 2018, a continuar nesse ritmo, não fecham. Não há garantia nenhuma para pagamento de salário e os fornecedores terão sérios problemas’, diz uma até ontem ligada ao governo, que não sabe se será mantida no cargo por Cilene, como Maria Dalva é mais conhecida no município.

Além dos problemas financeiros, Silva Jardim vive também um momento do que pode ser chamada de ‘insegurança jurídica’, pois tramita na Justiça um processo que pode provocar uma nova eleição no município.Trata-se de uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo, que tramita na 63ª Zona Eleitoral, onde também foi proposta uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral, de Anderson, Cilene e de pelo menos quatro vereadores.