● Almeida dos Santos
Washington Quaquá, vice-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), recebeu o ex-prefeito de Nova Iguaçu, Aluísio Gama, dia desses, lá em Maricá, para discutirem o futuro político de Nova Iguaçu. Isso mesmo! O futuro da cidade era o “prato principal” posto à mesa maricaense.
Aluísio Gama, como é sabido, vem se articulando para concorrer ao cargo de prefeito de Nova Iguaçu e se filiou ao PSB, junto com a ex-prefeita Sheila Gama. O dedo de prosa entre o Quaquá e o Alusio, é óbvio, foi para falar do PT e os planos eleitorais. Só, que, vale lembrar, o PT de Nova Iguaçu, já tinha escolhido o Tuninho da Padaria, indicado por Lindbergh Farias, para ser o candidato a prefeito, inclusive com muitas as críticas internas no próprio diretório iguaçuano. E isso parece ter despertado o interesse do bate-papo entre Aluísio e Quaquá.
Mas, a relação dos Gamas com o PT não é coisa nova. Sheila Gama já foi vice do Lindbergh Farias e assumiu o cargo de prefeita de Nova Iguaçu quando ele deixou a função. Depois disso, cumprida a missão, tanto o Lindbergh Farias quanto a Sheila Gama deixaram a cidade e foram tocar as suas vidas em outros lugares. Lindbergh, por exemplo, saiu de Nova Iguaçu como prefeito, passou pelo Senado, virou vereador no Rio de Janeiro e agora é deputado federal.
Passadas essas informações, algumas questões merecem ser lembradas. Desses três ex-gestores que administraram o município – Aluísio Gama, Lindbergh Farias e Sheila Gama – nenhum deles tem vida social ativa ou mora em Nova Iguaçu, ainda que possam ter os seus domicílios eleitorais fixados na cidade. Se algum deles está morando agora, é surpresa pra mim. Vida ativa e cotidiana eles não têm. Isso não é segredo. Encontrar o Lindbergh, o Aluísio ou Sheila rodando pela cidade, quando não é tempo eleitoral, é dificílimo. Podem até terem os domicílios eleitorais fixados em Nova Iguaçu, mas dizer que vivem em plenitude a cidade é outra coisa. Não sejamos levianos quanto a isso. Lindbergh talvez seja o turista que mais frequenta aqui por seu interesse político.
O quarto personagem nesta trama é o Quaquá, vice-presidente nacional do PT que recebeu o Aloiso lá em Maricá. Quaquá nem vida pública na cidade ele tem. É claro que por ser dirigente de um partido, é natural receber e conversar com políticos. Mas o que assusta é que o PT já tinham feito a escolha do Tuninho da Padaria e parecia ponto decidido. Porém, agora, dependendo do que pode acontecer, a confirmação de que tudo não passou de “balão de ensaio” pode ser desvendado. Então fica a pergunta: A escolha do Tuninho poderia ter sido apenas uma etapa para achegada do Aluísio? Isso o tempo dirá…
Grandiosa, a cidade iguaçuana é cobiçada por ser detentora de um orçamento público municipal considerável. Ver os políticos de fora planejando projetos de poder que envolvam Nova Iguaçu, soa como quem só se interessa pela cidade em tempos eleitorais. Um tipo de afeto bissexto.
Não cabe mais um município da grandeza de Nova Iguaçu sofrer com o que já virou “turísmo de poder”. Não cabe mais achar que somos um povo que deve ser colonizado por quem se sente superior ou dominador das nossas “terras”. Tratar aqui como feudos que, vira e mexe, são revisitados, é triste. Por isso, Nova Iguaçu, a cada quatro anos, parece que tem a necessidade de gritar independência diante da reaproximação movida tão somente pelo interesse eleitoral que envolve poder e a cidade
Se essa turma quer ajudar a construir Nova Iguaçu, que ala venha viver em Nova Iguaçu. Venha respirar o ar de Nova Iguaçu. Venha investir em Nova Iguaçu. Venha andar pela cidade, prestigiar o comércio local, os eventos culturais da cidade e mais. Ser “iguaçuano bissexto” já está batido. O nome disto é turismo eleitoral. Chega de políticos que os seus amores só pulsam em tempos bissextos.
Cá para nós… Se Nova Iguaçu fosse um ônibus, não lhe faltaria motoristas que são passageiros.