A eleição majoritária de 2016 em Paraty foi anulada e a suplementar, realizada no último dia 4, pode ir pelo mesmo caminho. É que o Ministério Público que atua na 57ª Zona Eleitoral ajuizou uma ação de investigação judicial eleitoral “por captação ilegal de voto e abuso de poder econômico” contra o prefeito eleito de Paraty, Luciano Vidal (foto) e seu vice, Valdecir Ramiro.
No processo figura ainda o empresário Ronaldo Freire Carpinelli, apontado como financiador da campanha de Vidal. Ele foi preso em flagrante no dia da eleição por oferecimento de vantagens a eleitores. Segundo a denúncia do MP, “Ronaldo circulou em áreas carentes da cidade, notadamente as comunidades da Ilha das Cobras e Parque Mangueira, distribuindo dinheiro, material de campanha e pagando alimentos e bebidas em troca de votos para a chapa”.
A eleição suplementar aconteceu porque o prefeito Carlos José Miranda, o Casé – declarado eleito em 2016 com uma diferença de apenas cinco votos sobre José Carlos Porto Neto, o Zezé, – foi cassado por ter usado a máquina administrativa e distribuído títulos de propriedade de terrenos durante a campanha eleitoral em troca de votos. Casé tinha como vice Luciano Vidal, que foi o candidato da máquina administrativa no pleito do último dia 4.
Candidato no pleito suplementar, Zezé perdeu a disputa com 34 votos de diferença, o que para muitos não teria ocorrido se não houvesse oferecimento de vantagens em troca de votos. O empresário preso foi abordado pela fiscalização eleitoral quando se encontrava em frente ao Colégio Municipal Parque da Mangueira.
De acordo com a denúncia formulada, ele estava cercado por eleitores e tinha em seu poder “R$10.947,00 em espécie, um cheque ao portador no valor de R$7.558,00, apontamentos sobre entrega de bens e materiais de construção em diversos bairros da cidade e anotações de contratos firmados por ele com o município de Paraty, governado pelo grupo político de Luciano desde 2012”.
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