Pressão ‘tipo coca-cola’ não derruba emendas no orçamento de Itaguaí e prefeito não poderá fazer o que bem entender com o dinheiro público

Incoerência: a Prefeitura tem R$ 83 milhões em caixa – sobra que o prefeito pretende gastar no ano eleitoral -, mas o Conselho Tutelar não tem uma copiadora para prestar o devido atendimento

“Companheiros, semana que vem vai ter a votação do orçamento para 2020 na Câmara. Tem (sic) vereadores querendo prejudicar o crescimento de Itaguaí e prejudicar a população. Chamem todas as pessoas do bem e conhecidos e vamos para Câmara, pois irei lá e vou falar tudo, me dando a palavra ou não”.

A mensagem é do prefeito Carlo Busatto Junior, o Charlinho, foi distribuída em grupos de WastsApp na semana passada e recebida como tentativa de pressão contra os vereadores para que eles retirassem emendas que apresentaram para, segundo eles, impedir que o dinheiro público seja usado nas chamadas obras eleitoreiras, aquelas intervenções rápidas que acabam virando pó alguns meses depois de inauguradas.

O recado, entretanto, parece ter entrado por um ouvido e saído no outro, porque ninguém atendeu ao chamado e Casa Legislativa aprovou o orçamento ontem (26) em em discussão final, assim como as emendas que causaram o que foi visto como uma reação desesperada do prefeito, que também não compareceu ao ato de pressão convocado por ele.

Charlinho terá no próximo ano uma dotação orçamentária prevista em R$ 711 milhões, mas vai ter de dançar conforme a música e jogar dentro das regras do jogo. Não poderá usar um centavo sequer fora do que está escrito, o que desagradaria a qualquer gestor em ano eleitoral. Ele vinha dizendo que tinha cerca de R$ 100 milhões em caixa, mas esta semana veio à tona a quantia certa. São pouco mais de R$ 83 milhões, dinheiro que aparece ser insuficiente para atender, por exemplo, um pedido simples dos membros do Conselho Tutelar: eles querem só um impressora para poder imprimir os encaminhamentos dos atendidos.

Tecnicamente fora da disputa eleitoral por ter uma condenação criminal transitada em julgado, Charlinho pretende eleger o sucessor, e, segundo gente do próprio governo, fez uma reserva de recursos para fazer obras no seu último ano de governo e assim recuperar o prestígio que um dia teve com a população. Com as emendas aprovadas pela Câmara impedem o gasto indiscriminado, as coisas podem ter ficado ruins para o prefeito.

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