Empresário preso com dinheiro para compra de votos começou a operar em Caxias sem licitação e teve dois contratos renovados este ano

● Elizeu Pires

O portão para entrada do empresário Eduardo Penha Ribeiro, preso no dia 2 de outubro com cerca de R$ 2 milhões – dinheiro que segundo a Polícia Federal seria usado para comprar votos -, foi aberto pela Secretaria de Saúde de Duque de Caxias em dezembro de 2019, quando a empresa dele, o Centro de Imagem e Diagnóstico São Jorge, foi contratada sem licitação, por R$ 5,7 milhões, para atender a demanda do Hospital Moacyr do Carmo durante sem meses. A partir daí, Eduardo firmou mais três contratos, e dois deles, no total R$ 57,6 milhões, foram renovados este ano.

Logo após o contrato sem licitação, o Centro de Imagem e Diagnóstico São Jorge foi declarado vencedor de um chamamento público e contratado por R$ 34,5 milhões para operar o centro de imagens instalado no Hospital Municipal Duque de Caxias (HMDC), com o termo de credenciamento assinado 3 de junho de 2020 e renovado por mais um ano em 2021.

Faturando alto – Garantido o segundo contrato, Eduardo foi para o terceiro. Em 16 de abril de 2021 ele teve aderida uma ata de registro de preços no valor de R$ 12.074.017,80, também para serviço de diagnóstico por imagem, o que resultou no termo de prestação de serviços 01-007/2021, que já foi renovado duas vezes, com o último termo aditivo firmado em abril deste ano.

Depois da adesão da ata que lhe garantiu o terceiro contrato, Eduardo partiu para a quarta contratação, esta para substituir o contrato de R$ 34,5 milhões que venceu em 2022: em 8 de junho daquele ano foi firmado o termo de credenciamento 36-020-22, com valor global de R$ 45,6 milhões, que passou por duas renovações, a última delas em 7 de junho de 2024.

Ao todo, entre julho de 2020 e setembro de 2024, a empresa de Eduardo recebeu mais de R$ 60 milhões dos cofres municipais de Caxias. Foram R$ 6.038 milhões em 2020, R$ 11,6 milhões no ano seguinte, e R$ 19,4 milhões em 2022. No exercício de 2023 as transferências para o Centro de Imagem e Diagnóstico São Jorge somaram R$ 25,1 milhões e este ano a empresa já recebeu R$ 27,7 milhões.

*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria

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