● Elizeu Pires

Uma transação imobiliária de R$ 280 milhões teria sido usada como fachada para desviar dinheiro e ocultar mais de R$ 23 milhões de origem ilícita. Foi a essa conclusão que o Ministério Público Federal (MPF) chegou ao investigar um esquema de corrupção, que, aponta a apuração, expôs a risco a Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), fundo de pensão dos funcionários da Petróleo Brasileiro S/A, a Petrobras.
Por conta disso o MPF ajuizou denúncia criminal contra 19 pessoas, todas acusadas de integrarem uma organização criminosa “responsável por um complexo esquema de corrupção e lavagem de dinheiro”. Pelo que foi apurado, uma transação de R$ 280 milhões “foi usada como fachada para desviar verbas e ocultar mais de R$ 23 milhões de origem ilícita, inclusive por meio de contas no exterior”.
Foi apurado quem em 2010, a Petros adquiriu galpões industriais no interior do estado de São Paulo, uma operação apontada como “temerária”, feita por um então gestor do fundo, “em conluio com operadores privados e intermediada por uma advogada com influência política”. O MPF aponta a compra dos galpões como “uma etapa no esquema de lavagem de dinheiro”, e que o negócio, “embora formalmente regular, teria sido usado como pretexto para o pagamento de propina disfarçada de comissão, representando 8% do valor total da operação.