● Elizeu Pires

A teimosia do prefeito Rubem Vieira de Souza, o Dr. Rubão (Podemos) em disputar as eleições de 2024, tumultuando todo o processo eleitoral com sua insistência em buscar um terceiro mandato consecutivo, o que causou a judicialização do resultado das urnas, irritou muita gente em Itaguaí, mas a revelação de uma conversa entre o ex-prefeito interino, o presidente da Câmara de Vereadores, Haroldo de Jesus (PDT) e o ex-secretário Roberto Lúcio Guimarães, o Robertinho – que também já foi vereador –, na opinião de alguns observadores mais atentos, pode acabar favorecendo Rubão, não no processo que tramita em fase final no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas em relação a uma comissão processante instalada na semana passada para apeá-lo do cargo.
É que o diálogo entre Haroldinho – como o presidente do Legislativo é mais conhecido – e Robertinho revela que uma trama poderia ser armada contra Rubão, um “bote” sugerido por Robertinho, que teria cogitado “plantar” cocaína no carro do prefeito.
No áudio divulgado ontem (14) em primeira mão pelo portal de notícias Metrópoles, o presidente da Câmara praticamente antecipa o resultado dos trabalhos de uma comissão que mal começou, e é exatamente aí que estaria o problema: “A conversa sugere que a intenção é cassar o prefeito, não apurar as supostas irregularidades com isenção”, diz um político local, que afirma estar “enojado” com as coisas que estariam acontecendo na cidade.
Rubão assumiu a Prefeitura no dia 18 de junho, por força de uma liminar concedida pelo ministro Dias Tófolli, do Supremo Tribunal Federal (STF), o que parece ter irritado bastante o grupo do presidente da Câmara, que perdeu a interinidade como prefeito, assim como Roberto ficou sem o cargo de secretário.
Na conversa, que teria sido gravada um dia antes do anúncio da comissão processante dá para ouvir o presidente da Câmara explicando a Roberto o andamento dos trabalhos da comissão, que, disse ele, precisam ser concluídos antes do julgamento do processo de Rubão, que deverá acontecer no TSE em 15 de agosto: “Se cai a chapa antes da votação o processo perde o objeto. Tem que cassar ele antes de sair o resultado (…)”.
*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria