● Elizeu Pires

Confirmado na quarta-feira (12), o indiciamento do dublê de traficante e político Thiego Raimundo de Oliveira Santos (foto), mais conhecido por ai como TH Jóias, era mais que esperado. Cercando por todos os lados, a Polícia Federal enquadrou o até pouco tempo deputado estadual pelo MDB pelos crimes de organização criminosa armada, contrabando, exploração clandestina de atividades de telecomunicações, evasão de divisas, tráfico de drogas interestadual, violação de sigilo profissional, corrupção ativa, embaraço à investigação de organização criminosa e lavagem de dinheiro, suficiente para uma condenação com penas que somadas podem beirar uns 80 anos.
O que muitos estão se perguntando em alguns ambientes políticos é se ele vai segurar as broncas em silêncio. As apostas são de que ele não deverá aguentar a pressão por muito tempo, embora, pelo que se ouve, ele não tenha dado, até agora sinais, de que esteja esmorecendo a ponto de partir para um acordo de cooperação.
Com TH foram indiciadas mais 17 pessoas, de traficantes a policiais, passando por assessores e até um secretário da gestão do governador Claudio Castro. Alessandro Pitombeira Carracena, que foi secretário municipal de Ordem Pública da capital, na gestão de Marcelo Crivella na Prefeitura do Rio, em 2020, e secretário estadual de Esporte e Lazer, tendo atuado ainda como subsecretário estadual de Defesa do Consumidor, função que perdeu em janeiro deste ano.
Presos também estão os ex-assessores parlamentares Luiz Eduardo Cunha Gonçalves e Leandro Ferreira Marçal, mas esses não estariam preocupando tanto aos que temem pelo estado emocional de TH, considerado por muitos como alguém com muito poder de fogo.
Na verdade, que se temeria no momento é uma possível colaboração do ex-deputado com a PF ou com o Ministério Público Federal ou o que próprio Alessandro Carracena poderia vir a dizer, embora não se tenha conhecimento de alguéns deles estivesse cogitando qualquer possibilidade de uma delação premiada.