Um tiro e dois alvos em Porto Real

Vereador dispara contra o que viu e acerta no que não viu

Pato novo na lagoa da política, o vereador e radialista Ailton Marques esquentou os debates na Câmara de Porto Real nos últimos dias, período em que a Casa discutia a reorganização da estrutura do Legislativo, reforma que acabou sendo aprovada sem maiores problemas, mas deixou Marques perdido entre a multidão. O pivô da discussão foi a criação de um cargo de assessor de imprensa, o que levou Marques a proferir acalorado discurso em defesa da exigência do diploma para a contratação dos assessores da casa. Ontem um jornal local insinuou que a Câmara teria contratado um assessor de imprensa sem a devida formação de nível superior, o que estaria contrariando a lei recém-criada. A informação acabou não se confirmando, pois os assessores de imprensa da Câmara apresentaram diplomas de graduação em Comunicação Social, como a lei de fato exige.

O problema é que Marques acabou criando um problema para a prefeita Maria Aparecida Rocha, de quem é ferrenho defensor. É que o Sindicato de Jornalistas do Sul Fluminense teria constatado que o problema de nomeação de profissionais de comunicação sem formação acadêmica estaria na Prefeitura e não na Câmara. Constatou-se, por exemplo, um dos diretores de Comunicação da Prefeitura, nomeado no começo do ano, é formado em engenharia, enquanto que o outro ocupante da mesma função não teria formação de nível superior. Resta saber se Ailton Marques estava realmente preocupado com a formação acadêmica dos assessores da Câmara ou se as razões eram outras, como atingir, por exemplo, o Poder Executivo.

No começo do ano Marques defendeu com unhas e dentes a polêmica reforma administrativa proposta pela prefeita – que criaria mais de 200 cargos de confiança com salário de até R$ 14 mil – e reprovada pela maioria dos parlamentares. Na época, uma das razões da discórdia era justamente a exigência de formação superior para o mínimo de 50% dos secretários municipais, defendida por sete dos 11 vereadores. Ailton Marques, na época, não viu necessidade de canudo para essa função.

 

 

 

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