Legislativo custa R$ 209 por mês. Resta saber em que

Silva Jardim é um dos municípios mais pobres do estado do Rio de Janeiro, mas isso não impede que a Câmara de Vereadores pague, no atacado, R$ 0,50 por uma cópia tipo “Xerox”, que, no varejo, custa, no máximo, R$ 0,20 no pequeno comércio local. Os R$ 0,30 a mais fazem uma diferença danada no final do mês, uma vez que o contrato firmado pelo presidente do Legislativo, Roni Luiz Pereira da Silva, o Roni da Farmácia (PRB), é para 30 mil cópias mensais, muito papel para pouca atuação, já que a Câmara de Vereadores não vem cumprindo com o dever de legislar em favor da população e fiscalizar os atos do prefeito Wanderson Gimenez Alexandre, o Anderson Alexandre (PRB), patrão do presidente numa rede de drogarias.

Todos os meses a Prefeitura repassa R$ 209 mil para a Câmara pagar o subsídio dos vereadores, os salários dos servidores e as despesas de manutenção, mas não há nenhuma divulgação dos valores pagos. A Câmara não informa, por exemplo, quando assessores efetivamente trabalham e quantos deles receberiam as dobras, apelidadas de gratificação. “Se todos os comissionados aparecerem para trabalhar não vai sobrar espaço para os vereadores se reunir”, diz um servidor.

Se comparados com os gastos das câmaras de Rio das Ostras e Macaé, cidades vizinhas ricas, os R$ 2.508 milhões anuais gastos pelo Legislativo de Silva Jardim é uma ninharia, mas, diante da receita parca do município, R$ 209 mil por mês é muito dinheiro e Roni deveria ao menos cumprir a lei da transparência e tornar público o gasto de cada centavo suado do contribuinte silvajardinense, que paga, no contrato das cópias – para a empresa Vicma Comércio de Equipamentos para Escritório – o total de R$ 181.200,00 em um ano, R$ 15,1 mil por mês, pela locação de uma copiadora multifuncional para imprimir 30 mil cópias no período.

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