Caixa-preta guarda valores do lixo em Areal

Localizada na região serrana fluminense, com um universo populacional de cerca de 12 mil habitantes, o município de Areal vive um mistério. Ninguém sabe quanto a Prefeitura está gastando com o precário serviço de coleta de lixo, quando o contrato foi firmado e como se deu a escolha d empresa prestadora do serviço. A mesma falta de conhecimento sobre esses gastos parece ter o titular da Secretaria Municipal de Serviços Públicos, Transporte e Agricultura, setor responsável pela limpeza urbana, Marco Antonio Ribeiro, que pediu que as informações fossem solicitadas na Secretaria Municipal de Fazenda, onde nenhum esclarecimento foi prestado.

De acordo com a legislação em vigor, as contas públicas precisam ser disponibilizadas, com os valores de cada serviço e gastos da municipalidade sendo divulgados no site oficial pelo governo, que, no caso de Areal, está fora do ar. Marco Antonio afirmou que a coleta é feita por um único caminhão compactador da empresa Fama, mas que não sabe informar quanto custa o serviço ou se foi feita licitação para a contratação. Ele disse ainda que alguns “caminhões caçamba” (basculantes) também atuam no município, mas que sua vontade é tirá-los de circulação.

O lixo coletado no município de Areal, segundo denúncias, estaria sendo levado para um local de transbordo sem licença do Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea). Há denúncias também de que o contrato de prestação do serviço de coleta de lixo estaria sendo renovado consecutivamente com dispensa de licitação. Se o lixo vai para um local não licenciado, os entulhos também não estariam sendo descartados de forma correta. É em terreno próximo de um rio, há pouco mais de 70 metros do curso de águas, em área particular da zona rural do município, que os “caminhões caçambas” jogam o entulho recolhido. Responsável pelo que ele chama de “bota fora”, Mário Miranda da Silva diz que o material descartado no terreno até ajuda, pois facilita o aterro do espaço. Ele afirma que o local é emprestado ao município e se houver qualquer tentativa de jogar lixo ou animais mortos no terreno o proprietário desfaz o acordo informal que tem com a Prefeitura para que o espaço possa ser usado como vazadouro de entulho.

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