Justiça vai enquadrar tanto quem compra como quem vende voto. Um esquema já foi desmontado no Norte Fluminense

De posse de vários relatórios sobre esquemas de compra e venda de votos para candidatos a deputado federal e estadual, a Justiça e o Ministério Público Eleitoral vai jogar pesado contra o jogo sujo que afeta várias cidades, o esquema de compra e venda de votos disfarçado de “boca de urna”, quando, a pretexto de distribuir panfletos no dia da eleição – o que também é proibido pela legislação e tipificado como crime –  eleitores são recrutados para trabalharem para determinados candidatos. Há informações que esse esquema estaria sendo montados em municípios como Magé, Duque de Caxias, São João de Meriti, Belford Roxo, Mesquita, Nova Iguaçu, Queimados e Japeri por postulantes de vários partidos, repetindo uma prática criminosa antiga, pela qual vinha sendo enquadrados apenas os compradores. Dessa vez, entretanto, o pau que der em Chico vai cantar no lombo de Francisco e quem vende também vai ter de se ver com a Justiça.

Na última quarta-feira, por exemplo, um esquema de compra e venda de votos foi desmontado no município de São Fidelis, no Norte Fluminense, onde agentes fiscais da a 35ª Zona Eleitoral apreenderam R$ 1,3 mil em espécie, cerca de 40 cópias de títulos de eleitor e diversos santinhos de um candidato a deputado estadual pelo PTC. O material estava em um salão de beleza, no bairro Vila dos Coroados, onde uma eleitora foi flagrada supostamente  vendendo seu voto. Ela, o responsável pelo local e o material apreendido foram levados para a Delegacia de Polícia Federal de Campos.

No município de Magé, nas localidades de Piabetá, Mauá e Suruí, além da promessa de receber R$ 50 no dia da eleição pelo trabalho de “boca de urna”, já teriam sido distribuídas cestas básicas e até bombas d água, mesmo esquema denunciado em Duque de Caxias e Belford Roxo. Nesse último município, onde um candidato foi baleado na última quinta-feira, cirurgias de laqueaduras de trompa teriam sido feitas em troca de votos e várias mulheres que teriam passado por esse procedimento cirúrgico já teriam sido identificadas e poderão figurar como testemunhas em possíveis futuros processos.

 

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Comentários:

  1. Pois é, entra ano e sai ano, eleição após eleição, as notícias continuam as mesmas. A Justiça diz que vai fazer e acontecer e no final das contas, continua tudo como Dantes no Quartel de Abrantes. Votos são vendidos a luz do dia e candidatos são eleitos por terem mais dinheiro para gastar nas campanhas.

    Enquanto houver financiamento de campanha, quociente eleitoral, voto obrigatório, pobreza, miséria, fome, analfabetismo e a inexistência da obrigatoriedade de apresentação de programas de governo e de cumprimento de promessas de campanha, nosso Brasil varonil não irá mudar.

  2. O eleitor diz que o político é desonesto e, percebo, a maioria é sim, mas quem vende o voto não pode apontar o dedo para ninguém, pois também é corrupto.

    1. Concordo em parte com você. Os dois são corruptos sim, porém, fosse eu um pai de família analfabeto, desempregado, doente e vendo meus filhos passando fome, também venderia o meu voto.

      Temos que ter uma coisa na cabeça, o único culpado da venda e compra de votos, é o POLÍTICO. Este crime só existe por causa deles.

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