Japeri tem de dividir o seu pouco com os vizinhos

Localizado na Baixada Fluminense, o município de Japeri sempre foi visto com o “patinho feio” da região, além de sofrer discriminação na hora da distribuição dos recursos federais e estaduais. Mesmo assim investe pesado para melhorar os serviços prestados a população e para valorizar o setor de educação, garantindo aos profissionais de ensino condições de trabalho e salários melhores. Nos últimos quatro anos Japeri recebeu apenas R$ 30 milhões do estado para obras de infraestrutura, enquanto que para Queimados se destinou dez vezes mais. Fazendo divisa com os municípios de Queimados, Seropédica e Paracambi, o “patinho feio” não recebe o que lhe é devido, mas tem sido uma “mão na roda” para seus vizinhos.

Os números de Queimados são invejáveis: R$ 300 milhões para obras de infraestrutura e pelo menos R$ 50 milhões para melhorar o setor de saúde, mas é no vizinho mais pobre que está o socorro médico para muitos moradores de Queimados. De acordo com as estatísticas, pelo menos 15% dos procedimentos em saúde realizados na rede de Japeri são para atender moradores de Queimados e outros 10% são em favor de pacientes que residem em Seropédica e Paracambi. Esse volume não é ressarcido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que repassa os recursos tendo como base o universo populacional de Japeri.

“Nosso município está emergindo e melhorando a qualidade de vida da população. O que fazemos é economizar para honrarmos os compromissos assumidos. Subimos nove posições no Índice de Desenvolvimento Humano. Isso é muita coisa para uma cidade que praticamente só conta consigo mesma para se desenvolver”, diz o prefeito Ivaldo Barbosa, o Timor, sem se queixar do atendimento a pacientes vizinhos. “Não podemos discriminar. Podem até fazer isso com a gente, mas a política em nossa cidade é outra: bateu em nossa porta nós socorremos”, concluiu.

Para algumas lideranças comunitárias, um dos exemplos de discriminação está na unidade local da Faetec, um instituição de ensino profissionalizante estadual, mas bancada na maior parte pela administração municipal, que paga as contas e não vê os jovens da cidade sendo atendidos como deveria, pois afirmam, os critérios de distribuição de vagas que a instituição diz ser por sorteio não são nada transparentes, prevalecendo, apontam, “as indicações de um político de fora que pensa que Japeri é extensão de seu quintal”.

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