É legal, mas imoral e…

“Dona” do Maranhão, família Sarney não larga um benefício público de jeito algum. José e Roseana tem em comum a “aposentadoria” precoce

… emagrece. Os cofres públicos, é claro

Depois de cumprir mandados de deputado, governador, presidente da República e senador por dois estados, José de Ribamar de Araújo Costa,  mais conhecido como José Sarney (PMDB), enfim, decidiu deixar a vida pública. Sai do poder podendo entrar para a história como o político que mais tempo de mandato cumpriu e o que se mais cedo conseguiu uma pensão vitalícia por função pública. Sarney  recebe, desde os 37 anos de idade, o benefício de uma espécie de aposentadoria concedida a todos os ex-governadores do estado do Maranhão e às suas viúvas, mesma pensão que a filha dele, Roseana Sarney Murad (PMDB), começa a receber a partir de janeiro, aos 51 anos, idade também de Cássio Cunha Lima (PSDB), ex-governador da Paraíba, outro aposentado precoce.

Levantamento publicado ontem pelo jornal O Globo mostra que o benefício existe em 21 estados e onera os cofres públicos em cerca de R$ 47 milhões por ano. A matéria revela ainda um fato curioso: Leonel de Moura Brizola (PDT) deixou para sua companheira duas pensões de ex-governador, uma pelo estado do Rio de Janeiro (onde a pensão foi abolida em 2002, sem entretanto, extinguir as concedidas até aquele ano) e outra pelo Rio Grande do Sul. Ao todo, diz o levantamento, são 104 ex-governadores e 53 ex-primeiras damas, entre elas a de governantes que não passaram mais que seis meses no cargo. Os valores pagos variam de R$ 10,5 mil a R$ 26,5 mil. No caso de Roseana Sarney chama a atenção o fato de ela já receber outro benefício, este como funcionária aposentada do Senado, de onde ganha R$ 23 mil mensais. Apesar de “jovem” em se tratando dos aposentados Brasileiros, Roseana vai receber todos os meses R$ 47 mil (R$ 24 mil como ex-governadora do Maranhão), R$ 6 mil a menos que seu pai, que ganha R$ 53 mil por mês por conta de outros benefícios.

No estado do Rio de Janeiro, embora a lei das pensões não vigore mais desde 2002, anda recebem o benefício Maria da Conceição dos Santos Araújo (viúva de Theotonio Araújo Filho, que governou de setembro de 1946 e fevereiro de 1947), Onecy de Barros (viúva de Togo de Barros, governador de julho de 1958 a janeiro de 1959), Ismélia Silveira (viúva de Roberto da Silveira, governador do antigo estado do Rio,  de janeiro de 1959 a fevereiro de 1961), mesmo direito dos ex-governadores Moreira Franco, Celso Peçanha e Nilo Batista.

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