Câmara de Casimiro de Abreu ignora denúncia de improbidade contra vereador que de se diz arauto da moralidade

Bruno Mirada foi livrado dessa pelos colegas

Os vereadores que tentaram dar um “golpe de estado” em Casimiro de Abreu, usando um instrumento inconstitucional que acabou derrubado em plenário, são os mesmos que encobrem os gastos do Poder Legislativo e protegem um colega pego em ato de suposta improbidade administrativa – passivo de cassação – em favor de membros de sua família. É que o plenário da Câmara rejeitou denúncia comprovada contra o vereador Bruno Miranda, passando por cima de um decreto-lei, de uma lei ordinária e da própria Lei Orgânica do Município, ignorando que o parlamentar usou um carro oficial e um servidor para transportar parentes numa viagem de lazer entre Casimiro de Abreu e o município de Guarapari, no estado do Espírito Santo.

Se colocando sempre como defensor da moralidade e da austeridade na gestão pública, Bruno Miranda tem dito – em relação ao Poder Legislativo – que é favorável que se investigue tudo o que for de denúncia contra o governo, mas não explicou seu ato de improbidade e nem teve argumento para tal, pois os próprios parentes e o motorista do veículo teriam confirmado tudo. O que se comenta hoje nos meios políticos de Casimiro de Abreu é que o vereador “sentou sobre o próprio rabo de palha”.  Como a denúncia foi rejeitada pela Câmara, o documento e as provas (vídeo e fotografias), serão encaminhados ao Ministério Público com pedido de investigação.

De acordo com a denúncia protocolada na Câmara, o vereador Bruno Miranda determinou, em junho de 2014, que o servidor Rogério Araújo, conhecido na cidade como “Mexerica”, levasse até Guarapari e trouxesse de volta Viviane Miranda, que foi à cidade capixaba para buscar a filha Rafaela, que estava em casa de uma parente identificada na denúncia como Dinira Miranda. Rafaela – que é filha de Rafael Miranda, primo do vereador Bruno – aparece em imagem anexada na denúncia, numa mesa de bar acompanhada da mãe, do motorista e de uma amiga.

De acordo com os instrumentos legais ignorados pelos membros da Câmara de Vereadores para rejeitar a denúncia contra Bruno, o uso do carro oficial nessa viagem é um ato de improbidade administrativa e a pena por essa prática pode ser a perda do mandato do praticante. Além do relato escrito, a denúncia contém fotografias e um vídeo no qual o motorista e a mãe de Rafaela contam o que de fato teria acontecido.

Embora Bruno tenha se livrado de uma comissão processante com a unanimidade do colegiado, o maior defensor dele foi o vereador João Medeiros, que atuou nos bastidores para que a denúncia fosse rejeitada em plenário. Medeiros já cometeu a mesma improbidade e teve de reembolsar a Câmara por ter usado um veículo oficial para ir, acompanhado da esposa, fazer compras em um shopping de Macaé.

Documento relacionado:

Denúncia

Matéria relacionada:

Um poder caro e supérfluo

Envie seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.