Denúncia sobre esquema de devolução dos salários de assessores pode derrubar o presidente da Casa e afetar a estrutura do Legislativo
O presidente da Câmara de Vereadores de Casimiro de Abreu, Alessandro Macabu Araújo, o Pezão (PSC), pode ser afastado do cargo, medida resultado de procedimento investigativo do Ministério Público, solicitado a partir de denúncias sobre um suposto esquema de corrupção montado para que a maior parte dos salários pagos a assessores do gabinete da presidência da Casa retornasse para o presidente. De acordo com depoimentos gravados, pelo menos 70% dos valores pagos a alguns assessores era devolvido ao chefe de gabinete de Pezão, Jairo Macabu. Segundo informações passadas na noite de ontem, o afastamento do presidente deverá ser pedido à Justiça para que as investigações não sejam prejudicadas. O clima verificado nos meios políticos da cidade nos últimos dias é de muita tensão e essa deu ontem lugar ao medo, pois passou a circular a informação de que algumas pessoas teriam sido ameaçadas de morte por conta das denúncias, mas nenhum registro policial nesse sentido havia sido feito até o fim do expediente de terça-feira.
Segundo depoimento da assessora Dilvana Saturnino, sogra do chefe de gabinete da presidência, Jairo Macabu, ela foi nomeada há dois anos com salário de R$ 2.590,00 e seis meses depois teve os vencimentos aumentados para R$ 4.860,00. Ela conta que nunca trabalhou, mas todos os meses o salário era depositado em sua conta. Inicialmente, diz ela, ficava com R$ 500 e entregava o restante a Jairo para que fosse repassado a Pezão. A assessora revelou que depois do aumento passou a ficar com R$ 890 e a devolver R$ 4 mil. Dilma também afirma que chegou a assinar um processo de pagamento de verba indenizatória no valor de R$ 16 mil e que desse total ficou com apenas R$ 2 mil.
Outro depoimento que reforma a denúncia sobre o esquema de corrupção é do assessor Ailton Aragão. Ele conta que está nomeado há mais de dois anos e que durante todo esse tempo teve de devolver a maior parte do salário e que hoje passa necessidades em casa. Segundo Ailton, dos R$ 2.590,00 depositados todos os meses em sua conta no Banco do Brasil não lhe sobra um centavo. “É descontada uma pensão de R$ 590 e o resto eu entrego ao chefe de gabinete”, disse ele, afirmando ainda que chegou a procurar o vereador para se queixar da situação, mas Pezão teria respondido que não poderia fazer nada, pois já lhe pagava.
O presidente da Câmara e o chefe de gabinete foram procurados ontem para falarem sobre o assunto, mas não foram encontrados.
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Depoimento de Dilvana Saturnino
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