Sexta pode ser mais um dia de golpe em Seropédica

Alcir Martinazzo se sente vítima de um golpe orquestrado por gente sem compromisso com o povo de Seropédica

Presidente da Câmara de Vereadores estaria articulando uma nova sessão para cassar o prefeito mais uma vez e tomar o poder

A decisão do juiz Alex Quaresma Ravache de reconduzir ao cargo o prefeito reeleito de Seropédica Alcir Martinazzo, pouco mais de uma semana após a Câmara de Vereadores ter cassado o mandato do governante, não encerrou a disputa pelo poder no município e o presidente da Casa, Wagner Vinícius de Oliveira, o Waguinho do Emiliano (PRB), parece mesmo disposto a sentar na cadeira de prefeito de qualquer maneira. Ele, que caminhou em triunfo pelas ruas da cidade logo após a sessão extraordinária realizada no último dia 10 e se empossou no cargo de prefeito, estaria preparando para essa sexta-feira uma nova sessão plenária para, mais uma vez, cassar Martinazzo. De acordo com o juiz, a cassação do prefeito se tornou nula porque Wagner participou de todo o processo e se beneficiou dele. Agora, para tentar evitar uma nova decisão judicial com esse mesmo argumento, ele se licenciaria da presidência da Câmara por 24 horas, participaria da votação apenas como vereador e depois, consumada a cassação, reassumiria o cargo de presidente para, em seguida, assumir o governo.

Essa estratégia considerada “nada inteligente” por especialistas no assunto, foi revelada ontem à noite ao elizeupires.com por uma fonte ligada ao grupo que cassou Martinazzo. A fonte revelou ainda que os vereadores que votaram contra o prefeito na primeira votação já não estão tão unidos e a razão disso seria o “olho grande” do presidente da Câmara no cargo de prefeito. “Ele está indo com muita sede ao pote. Foi pilhado por gente sem compromisso com Seropédica e parece querer conquistar o poder na marra. Prova disso é o fato de ter convocado a sessão extraordinária do dia 10 de julho e sair correndo logo após o encerramento da votação para tomar posse do cargo de prefeito. O recesso legislativo termina dia 31 e a primeira sessão ordinária vai acontecer no dia 2 de agosto. Se houvesse preocupação em fazer as coisas dentro da legalidade a cassação seria votada em sessão ordinária ele e o autor do requerimento que gerou a investigação não participariam dela. Felizmente a Justiça pôs um freio anulando a votação do dia 10 e acho que essa nova tentativa não vai resultar no que o presidente espera”, emendou a fonte.

A Câmara de Vereadores está tentando derrubar a liminar concedida pelo juiz Alex Quaresma Ravache ao prefeito e o principal argumento é o de que o voto do presidente não foi decisivo para a cassação, tendo sido “apenas simbólico”. Para quem conhece do assunto essa alegação deve ter partido da mesma cabeça responsável pela nova estratégia: o presidente se afasta do cargo por 24 horas, vota pela cassação, reassume e depois se investe do cargo de prefeito. “Meu Deus, isso é coisa de gente muito inteligente”, comentava ontem um membro da Câmara.

 

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