Macaé inicia temporada de caça a “marajás”

Incorporações garantem vencimentos de até R$ 38 mil

A utilização de documentação falsa pode ter ajudado na tramitação rápida dos processos administrativos abertos por servidores efetivos que ocuparam cargos de confiança na Prefeitura de Macaé. Foi o que trouxe à tona o vereador Júlio Cesar de Barros, o Julinho do Aeroporto, que defende a criação de uma comissão de inquérito para apurar todas as incorporações concedidas nos últimos anos, além da realização de uma auditoria na folha de pagamento da Prefeitura para apurar possíveis irregularidades.

Técnico em esportes, com vencimento de R$ 3 mil, o ex-prefeito Riverton Mussi recebeu R$ 8,5 mil de incorporação, o equivalente a 50% da remuneração do prefeito. Riverton, que deixou o cargo no dia 31 de dezembro do ano passado, teve o benefício sancionado pelo prefeito Aluizio dos Santos Junior, em portaria publicada no dia 18 de janeiro. Esse ato foi revogado por conta da repercussão negativa.

Riverton é servidor estatutário e existem denúncias dando conta de que servidores a ele ligados teriam participado da fraude com documentos públicos. Depois de revogar a portaria que beneficiava o ex-prefeito, Aluizio determinou que as últimas incorporações sejam reavaliadas, mas o vereador Julinho do Aeroporto quer ir ainda mais fundo na questão, pois, segundo afirma, alguns servidores estariam recebendo entre R$ 18 mil e R$ 38 mil por mês. “Foram irresponsáveis com o dinheiro público. É importante que essas incorporações absurdas sejam revistas. Hoje tem servidor na Prefeitura que recebe um salário de R$ 38 mil. Isso não existe em lugar nenhum. Os vereadores possuem a responsabilidade de atuar diante de uma situação como essa. Precisamos dar uma resposta séria à população, pois os excessos de incorporações podem quebrar o Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Macaé”, disse o parlamentar.

Para Julinho houve um esquema para beneficiar servidores membros do governo passado. “Está claro que pessoas que possuíam relação política direta com representantes do governo passado, hoje são beneficiadas com os supersalários. Servidores de carreira, que nunca buscaram envolvimento político, hoje recebem de R$ 2 mil a R$ 3 mil e lutam por anos para conseguir uma incorporação que precisa ser correta diante do exercício do cargo”, completou.

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