Medida foi tomada depois de operação do Ministério Público
Caberá ao advogado Winderson Neves Porto, com uma equipe de profissionais da área, gerir o setor de saúde de Guapimirim daqui para frente. Ele foi nomeado pelo prefeito Marcos Aurélio Dias em substituição a Eliel Ramos, exonerado do cargo depois de uma operação feita pelo Ministério Publico para apreender documentos que haviam sido sonegados pelo ex-secretário, que deixou de atender pedidos de informações sobre processos de fornecimentos para a secretaria, entre eles o da compra de combustíveis feita no Posto Status (Status Rio Auto Serviços), controlado pela família do vereador Alcione Barbosa Tavares, o Alcione do Posto, que em 2012 declarou à Justiça Eleitoral ser dono de 90% da empresa Status Rio Auto Peças, do mesmo grupo.
A exoneração de Eliel não muda nada em relação às ações de improbidade administrativa ajuizadas pelo MP, mas dá aos membros do Conselho Municipal de Saúde, a quem cabe fiscalizar a aplicação das verbas destinadas ao setor, esperança de que não haja mais dificuldades a atrapalhar as ações de fiscalização. “Nunca omiti nenhuma informação. Se alguém não está fazendo a coisa certa, isso não será tolerado. Não estou aqui para ser envergonhado e nem tampouco para ver meu município ser”, disse o prefeito em nota divulgada por sua assessoria. De acordo com uma fonte ligada ao governo, essa não teria sido a primeira vez que o então secretário de Saúde ignorou pedidos de informações feitos pela Promotoria de Tutela Coletiva e até já foi enquadrado uma vez por isso. “Foi feita uma transação penal. Creio que são 600 cestas básicas a serem pagas em um ano”, completou a fonte.
Numa das ações de improbidade na qual Eliel é réu, o MP aponta denúncia do Conselho Municipal de Saúde de irregularidades no contrato firmado com a empresa Status Rio Auto Serviços, pelo qual teria sido comprado combustível para cinco viaturas da Secretaria de Saúde em quantidade suficiente para rodar 266.760 km ou uma “ida à Lua”. Sobre esse assunto, também em nota oficial, o governo afirmou que o Ministério Público “tomou como verdadeiras apenas as informações prestadas pelo Conselho Municipal de Saúde, presidido, na época, por um inimigo político do ex-secretário municipal de Saúde” e que “o número de cinco veículos informado ao MP é muito inferior aos 29 veículos em serviço no ano de 2013 apenas na Secretaria de Saúde”. Ainda na nota a Prefeitura informa que esses veículos continuam em serviço. “Só a distância entre o município de Guapimirim e a Capital é de 75 quilômetros. Pelas informações constantes na reportagem, a quilometragem anual de 266.760 corresponde a uma média diária de 730 km, que, dividida pelos 29 veículos, resulta numa quilometragem média por veículo de 25 km/dia, perfeitamente razoável para o caso”, concluiu a nota.
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